A Montis não tem a plantação como uma das suas actividades centrais, mas quando lhe entregam recursos com esse objectivo, temos todo o gosto em fazer plantações que sirvam os objectivos de gestão que temos para cada propriedade.
Há quem defenda que deveríamos ter como objectivo, por exemplo, para os 100 hectares de baldio que gerimos em Carvalhais, transformar rapidamente a área num carvalhal e, para isso, deveríamos plantar o mais depressa possível esses cem hectares com folhosas autóctones.
Essa opção, defensável, tem vários problemas de execução, começando pelos recursos iniciais que seria necessário mobilizar e continuando pelos custos para gerir o risco de incêndio, a que se somam os outros riscos de investimento associados à plantação, que facilmente pode falhar porque há um ano demasiado seco, porque há demasiada geada, porque há javalis, porque há vandalismo, porque um fogo de Verão faz retardar o crescimento das árvores, beneficiando alguns matos que competem pelo espaço, a água e os nutrientes, etc..
É possível reduzir os riscos de plantação, como se faz na produção florestal comercial, mas a redução desses riscos implica mais conhecimento e mais recursos.
Por todas estas razões a Montis fez uma opção claramente distinta desta, que exige muito menos recursos e muito mais tempo, para transformar o imenso giestal num mosaico mais biodiverso, em que a plantação é apenas uma das várias acções de gestão.
A opção inicial foi a de apenas intervir nas zonas de baixa, onde a probabilidade de aumentar a velocidade da recuperação dos sistemas naturais é maior, ao mesmo tempo que se aproveitavam todas as oportunidades para favorecer a regeneração natural das poucas árvores que iam aparecendo.
Quando foi possível alocar mais recursos, a Montis optou por intervir em metade da propriedade, dividindo-a em três parcelas, queimadas em anos sucessivos para abrir oportunidades gestão, sendo nestas áreas que são feitas a maioria das plantações da Montis.
Na época anterior de plantação, plantámos mais de 3500 árvores, parece um grande número, mas na realidade corresponde a uma área muito pequena de intervenção (com o compasso apertado que usamos, não chega a três hectares dos cem que gerimos), na época deste ano ultrapassaremos as 5000 árvores, mas temos sempre de contar com as que morrem e que teremos de substituir, ou seja, numa perspectiva generosa, dificilmente teremos 10000 novas árvores plantadas ou semeadas por nós (não contando com a estacaria de salgueiro que também fazemos).
O relevante é que em vez de querermos fazer rapidamente cem hectares de carvalhal, queremos promover pequenas manchas de árvores que seja possível gerir (plantar árvores sem assegurar a gestão de longo prazo é uma actividade frequente, muito visível mediaticamente, mas com muito pouco interesse real), enquanto vamos investindo globalmente na gestão, com sementeiras directas, com gestão do mato, com condução da regeneração natural que vai aparecendo, promovendo a retenção de solo e a condução da água, para que estes pequenos povoamentos, dentro de poucos anos, estejam a servir de centros de irradiação de sementes, aumento a velocidade de recuperação das tais matas de folhosas autóctones que queremos ter naquela propriedade (e nas outras).
Plantar é bom, não há a menor dúvida mas, para a Montis, gerir é melhor, muito melhor e inclui plantar com critério, prudência e atenção aos resultados.Temos vindo a discutir a possibilidade de produzirmos as árvores que plantamos, para diminuir os custos de aquisição das árvores, mas as experiências que conhecemos deste tipo não são conclusivas sobre as vantagens desta opção, por isso, como sempre que nos aparece um problema novo, estamos a pensar numa outra solução que, mais uma vez, depende da vontade das pessoas comuns: desenhar um programa de produção de plantas para a Montis por quem possa, queira e tenha gosto, num terreno seu, numa varanda, onde quiserem produzir pequenas árvores, cuidem delas até à época seguinte de plantação e, no fim, nos ofereçam.
No fundo, vamos avaliar a possibilidade de fazer uma espécie de crowdfunding de árvores.
A ideia parece ter virtudes, agora vamos preparar-nos para ver se a conseguimos executar de forma sustentável.
Há quem defenda que deveríamos ter como objectivo, por exemplo, para os 100 hectares de baldio que gerimos em Carvalhais, transformar rapidamente a área num carvalhal e, para isso, deveríamos plantar o mais depressa possível esses cem hectares com folhosas autóctones.
Essa opção, defensável, tem vários problemas de execução, começando pelos recursos iniciais que seria necessário mobilizar e continuando pelos custos para gerir o risco de incêndio, a que se somam os outros riscos de investimento associados à plantação, que facilmente pode falhar porque há um ano demasiado seco, porque há demasiada geada, porque há javalis, porque há vandalismo, porque um fogo de Verão faz retardar o crescimento das árvores, beneficiando alguns matos que competem pelo espaço, a água e os nutrientes, etc..
É possível reduzir os riscos de plantação, como se faz na produção florestal comercial, mas a redução desses riscos implica mais conhecimento e mais recursos.
Por todas estas razões a Montis fez uma opção claramente distinta desta, que exige muito menos recursos e muito mais tempo, para transformar o imenso giestal num mosaico mais biodiverso, em que a plantação é apenas uma das várias acções de gestão.
A opção inicial foi a de apenas intervir nas zonas de baixa, onde a probabilidade de aumentar a velocidade da recuperação dos sistemas naturais é maior, ao mesmo tempo que se aproveitavam todas as oportunidades para favorecer a regeneração natural das poucas árvores que iam aparecendo.
Quando foi possível alocar mais recursos, a Montis optou por intervir em metade da propriedade, dividindo-a em três parcelas, queimadas em anos sucessivos para abrir oportunidades gestão, sendo nestas áreas que são feitas a maioria das plantações da Montis.
Na época anterior de plantação, plantámos mais de 3500 árvores, parece um grande número, mas na realidade corresponde a uma área muito pequena de intervenção (com o compasso apertado que usamos, não chega a três hectares dos cem que gerimos), na época deste ano ultrapassaremos as 5000 árvores, mas temos sempre de contar com as que morrem e que teremos de substituir, ou seja, numa perspectiva generosa, dificilmente teremos 10000 novas árvores plantadas ou semeadas por nós (não contando com a estacaria de salgueiro que também fazemos).
O relevante é que em vez de querermos fazer rapidamente cem hectares de carvalhal, queremos promover pequenas manchas de árvores que seja possível gerir (plantar árvores sem assegurar a gestão de longo prazo é uma actividade frequente, muito visível mediaticamente, mas com muito pouco interesse real), enquanto vamos investindo globalmente na gestão, com sementeiras directas, com gestão do mato, com condução da regeneração natural que vai aparecendo, promovendo a retenção de solo e a condução da água, para que estes pequenos povoamentos, dentro de poucos anos, estejam a servir de centros de irradiação de sementes, aumento a velocidade de recuperação das tais matas de folhosas autóctones que queremos ter naquela propriedade (e nas outras).
Plantar é bom, não há a menor dúvida mas, para a Montis, gerir é melhor, muito melhor e inclui plantar com critério, prudência e atenção aos resultados.Temos vindo a discutir a possibilidade de produzirmos as árvores que plantamos, para diminuir os custos de aquisição das árvores, mas as experiências que conhecemos deste tipo não são conclusivas sobre as vantagens desta opção, por isso, como sempre que nos aparece um problema novo, estamos a pensar numa outra solução que, mais uma vez, depende da vontade das pessoas comuns: desenhar um programa de produção de plantas para a Montis por quem possa, queira e tenha gosto, num terreno seu, numa varanda, onde quiserem produzir pequenas árvores, cuidem delas até à época seguinte de plantação e, no fim, nos ofereçam.
No fundo, vamos avaliar a possibilidade de fazer uma espécie de crowdfunding de árvores.
A ideia parece ter virtudes, agora vamos preparar-nos para ver se a conseguimos executar de forma sustentável.
henrique pereira dos santos
Boas, a ideia dos pontos finais parece-me genial, posso entender isso como por exemplo, a montis oferecia as bolotas ou outras sementes de árvores da região (para onde mais tarde irão voltar) a um batalhão de pessoas com vontade em cuidar delas até estarem prontas a retornar aos locais de origem... A logística não será fácil mas tudo se consegue... Sem dúvida uma ideia que a mim parece-me estar talhada para o sucesso!
ResponderEliminarMelhores cumprimentos
A ideia seria essa e o que temos de pensar é nos pontos que refere, quer sobre a melhor forma de disponibilizar sementes, quer na forma de as fazer chegar a quem estivesse interessado, quer na forma de depois receber de novo as plantas já germinadas. Esperemos que funcione
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