No dia 14 de maio a MONTIS executou uma visita técnica aos territórios de quais é gestora em Tortosendo. As propriedades em que a visita incidiu foram principalmente Covais, Covais Pequenos e Santa Margarida e fizemos só um breve reconhecimento das restantes.
Esta visita teve como objetivo principal o acompanhamento e registo da evolução da paisagem: a visitação das plantações realizadas nos cabeços e linhas de água, caracterização do estado sucessional da regeneração natural e das áreas de matos, equacionar a realização de fogo controlado em Covais Pequenos, avaliação do estado fitossanitário do arvoredo (pragas e doenças), pesquisa de novos locais com capacidade para plantação e georreferenciação do incremento em área das manchas de acácias.
Esta visita teve também o objetivo de preparar as novas atividades de voluntariado que a MONTIS está a prever para os territórios geridos em Tortosendo.
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Jovem exemplar de carvalho negral em Stª. Margarida |
O estado sucessional da vegetação varia conforme a propriedade em questão e também de acordo com morfologia do terreno.
Covais Pequenos tem uma paisagem relativamente uniforme: uma cobertura quase regular de giesta amarela (Cytisus scoparius) nos lameiros e encosta e é revestida de giesta branca (Cytisus multiflorus) na zona aplanada superior.
Já em Covais é muito mais evidente uma distinção entre as formações vegetais das vertentes, sistema húmido e cabeços. As vertentes estão povoadas de diversas espécies com o mato gerido no subcoberto, tais com pinheiro-bravo, castanheiro, medronheiro, carvalho negral e sobreiro. Os cabeços têm a ocupação de matos esparsos e sobretudo substrato herbáceo, mas é de notar a capacidade de evolução destes espaços uma vez que a MONTIS neles realizou plantações tendo em vista criar núcleos de biodiversidade. O sistema húmido (envolvente das linhas de água) é mais evoluído em determinados sítios, cujas formações vegetais dominantes são bosquetes, e menos evoluído noutros sítios, em que as formações vegetais dominantes são matagais dominados por giesta amarela. É de notar que nesta propriedade (Covais) a MONTIS só gere as linhas de água e cabeços.
Em Stª. Margarida, infelizmente registou-se um ligeiro aumento de área de alguns núcleos de acácias pelo que procedemos à correção geográfica dos limites dos mesmos. Relativamente à paisagem desta propriedade é de destacar a grande quantidade de regeneração natural de pinheiro-bravo e de folhosas que surge nas vertentes e nas linhas de água (nestas últimas, as folhosas provenientes de regeneração natural estão em superioridade numérica e juntam-se às que têm vindo a ser plantadas pela MONTIS). Também a expressão dos matos é considerável, apesar dos mesmos estarem a ser geridos.
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Bosquete ripícola em Covais |
Como referido anteriormente a propriedade Covais Pequenos tem uma cobertura bastante uniforme de giesta sem qualquer tipo de descontinuidade de combustível até Covais. Seria muito interessante para esta propriedade a execução de um fogo controlado que possibilitaria a plantação dos lameiros e terraços e, ainda, de algumas áreas aplanadas na parte superior, onde existem algumas bolsas de solo.
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Covais Pequenos (parte mais alta) e Covais (até à casa em ruínas) |
A nível fitossanitário (nas três propriedades) verificam-se fortes ataques de processionária, ou como é vulgarmente conhecida, lagarta do pinheiro.
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Jovem exemplar de pinheiro-bravo afetado por processionária |
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