À primeira vista...

No passado dia 7, logo após o fogo controlado, um grupo da Montis percorreu o perímetro da parcela queimada para garantir alguma vigilância e fazer uma primeira avaliação dos resultados. 
Algumas zonas arderam muito melhor do que outras. Outras que gostaríamos que tivessem ardido não arderam (como áreas de giestal no fundo de vales com aparente potencial para gerir). Contudo no geral as novas oportunidades de gestão que verificamos até hoje parecem bastante boas.

Volta à parcela, na tarde após o fogo controlado

Bem cedo na manhã do dia 8, o Manuel Machado, estagiário de arquitectura paisagista da Universidade do Porto, e o João Conceição,  aluno da Universidade de Aveiro que está a fazer um estudo sobre avifauna e fogo nas propriedades da Montis, deslocaram-se até ao baldio para recolhas e avaliação de oportunidades de gestão. Identificaram um acesso aberto pelo fogo, a branco no mapa, que permite chegar ao interior da parcela queimada, onde o também o fogo abriu uma boa clareira para gerir. 

Limites da parcela queimada com a acção de fogo controlado, a vermelho. A azul duas das linhas de água que atravessam a parcela, a branco e cinzento dois dos possíveis acessos ao interior da parcela. A cor de laranja algumas das áreas que arderam melhor e nos parecem trazer boas oportunidades de gestão para os próximos 4 anos.

Esta clareira parece-nos particularmente boa para a gestão por várias razões: tem dimensão, é atravessada por uma linha de água, e possivelmente terá solo de qualidade devido à acumulação de sedimentos trazidos pela água. A presença de alguns salgueiros e de uma ou outra folhosa perdida no meio das giestas ao longo desta linha de água, são indicadores de potencial de recuperação nesta zona. Além disso, estando localizada no centro da área gerida pela Montis, é possível que, com o tempo (e a natureza precisa de muito), conseguindo-se consolidar aqui um bosquete, os efeitos na restante propriedade sejam bastante potenciados por este núcleo. 

 Área central queimada, vista da faixa de protecção a Norte. A clareira maior à marcada a vermelho, antes dominada por giesta e outros matos rasteiros, agora disponível para intervenção.
Há ainda um segundo caminho, a cinza no mapa, que percorre um pequeno vale, e que possivelmente trará também boas oportunidades para recuperar a vegetação.
O caminho identificado pelo Manuel e pelo João permitirá à Montis aceder a esta área e realizar acções de gestão nos espaços abertos durante os próximos tempos.

Área central queimada, vista da faixa de protecção a nascente. A clareira maior à esquerda, antes dominada por giesta e outros matos rasteiros, agora disponível para intervenção

A partir deste momento começaremos a conduzir a rebentação da vegetação e a realizar sementeiras, estacarias, plantações e técnicas de retenção de sedimentos, investindo na qualidade do solo e na aceleração da recuperação do coberto vegetal, até ao próximo fogo controlado, que acontecerá dentro de 4 anos. 
Contamos com os nossos sócios, doadores, parceiros e voluntários, tanto os de longa duração como os que nos acompanham durante um dia ou um fim de semana de voluntariado, para dar um empurrão à recuperação desta área. Se possível tragam amigos. E se os amigos gostarem, a melhor forma de apoiarem esta gestão é fazendo-se sócios da Montis.

Jóni Vieira

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