Pampilhosa da Serra?

A pergunta do título, a propósito da campanha "Como coisa que nos é cedida", é muito frequente.
Com a campanha de crowdfunding - Como coisa que nos é cedida - a Montis quer levar gestão a paisagens em que faz falta.
E para isso queremos comprar de terrenos.
Ser em Cabril, Pampilhosa e em Vermilhas, Vouzela é sobretudo uma questão de oportunidade.
Desde a sua fundação a Montis foi deixando claro que nunca se reconheceu como associação local ou regional, sempre se considerou uma associação nacional. Por razões práticas concentrou esforços na região em que tem a sua sede, procurando não perder de vista oportunidades que existissem em qualquer parte do país.
Quando apareceu uma oportunidade de compra de terrenos em Pampilhosa da Serra optou-se, sem consenso interno, mas respeitando a maioria, por lançar uma campanha para os comprar.
As razões de quem tem reservas nesta compra são perfeitamente razoáveis: a Montis ainda é uma associação muito pequena e a dispersão de terrenos exige mais recursos de gestão e pode não ser fácil mobilizar esses recursos.
As razões de quem defendeu esta compra são também perfeitamente razoáveis: é preciso que a Montis se expanda para além da sua região de origem se quer crescer e, neste caso concreto, comprar terrenos abandonados numa das regiões do país em que é mais gritante a falta de perspectiva de gestão no território era uma oportunidade que vale o esforço e o risco.
Acresce que nos terrenos a comprar em Pampilhosa da Serra há eucaliptais abandonados, uma situação muito frequente na região, e seria bom conseguir demonstrar que há usos melhores, mais racionais, com benefício social e de conservação maior e que é possível ir criando, com tempo e sem custos exorbitantes.

Fica distante? Fica a cerca de 2h da atual sede da Montis, em Vouzela, mas fica um pouco mais perto dos sócios em Coimbra, em Leiria, em Castelo Branco e todo o sul do país. 
Pode permitir novas oportunidades, sejam novas parcerias, seja envolvimento da comunidade ou sejam ainda aquisições futuras.
O certo é que são terrenos marginais, uma parcela com um eucaliptal abandonado e com regeneração de pinheiro e medronhal e outra com uma galeria ripícola em bom estado de conservação numa área que escapou aos incêndios de 2017 e não arde há mais de 15 anos, ou seja, está para arder, mais ano menos ano.
Como não sabemos quanto tempo temos até ao próximo fogo, vamos trabalhar com a situação que existe, procurando criar condições para preparar uma boa regeneração natural após fogo. Mas se o fogo vier antes de haver tempo para ter algum resultado de gestão relevante, aproveitaremos as oportunidades abertas para conduzir a regeneração natural para qualquer coisa mais útil que o que resulta do actual abandono a que esta votada a região. 


Em Vermilhas serão 3,5ha divididos por 13 parcelas em redor do Carvalhal de Vermilhas, propriedade comprada em 2015 através da campanha de crowdfunding: E que tal sermos donos disto tudo?.
Estes terrenos estão inseridos na área do Parque Natural Local Vouga-Caramulo numa freguesia que já começa a conhecer o trabalho da Montis e a estar habituada à presença dos voluntários, o que faz com que toda a logística esteja facilitada.
Uma das parcelas de maiores dimensões, fica bastante próxima da propriedade já sob gestão da Montis o que dará uma nova escala à gestão feita. Mas são muitas parcelas? São 13, talvez num futuro possam ir sendo agregadas com novas compras.
Todas as parcelas, sem exceção, foram afetadas pelos fogos de Outubro de 2017, umas com mais intensidade, outras com menos, e os carvalhos e matos, nomeadamente de urze, carqueja, tojo e giesta já começaram a regenerar tal como acontece nos terrenos que já são da Montis.


Estas oportunidades surgiram, mas só com o apoio de todos é que será possível levar gestão a estes terrenos. Ajude-nos a levar gestão onde ela faz falta.
Link da campanha: https://ppl.pt/montis

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