As aves e a regeneração pós-fogo

O professor António Luís, a sua equipa da Universidade de Aveiro e alguns alunos orientados por estes têm vindo a seguir a evolução das propriedades em Carvalhais de Vermilhas desde o fogo de Outubro de 2017. 
Assim, este sábado, fomos com o António Luís e o João Conceição, no âmbito do Fundo Recomeçar da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, fazer um bioblitz focado na avifauna.



Deixando o nevoeiro nas cotas mais baixas, começámos a atividade fazendo um percurso desde a estrada que liga vermilhas a covas até à propriedade pelos acessos em terra batida.



Fomos recebidos por bandos de tentilhões (Fringilla coelebs), pelos cantos inconfundíveis do chamariz  (Serinus Serinus) e dos chapins azuis (Cyanistes caeruleus) e carvoeiros (Peripatus ater), pelas energéticas carriças (Troglodytes troglodytes), trepadeiras azuis (Sitta europaea) e comuns (Certhia brachydactyla) e pelos coloridos piscos de peito ruivo (Erithacus rubecula) e pintarroxos (Carduelis cannabina) e fomos caminhando, observando e registando a biodiversidade em locais com diferentes níveis de regeneração, uns com mais regeneração de copa e outros com regeneração de toiça. 

No meio das observações fomos surpreendidos por uma tordoveia (Turdus viscivorus), cias (Emberiza cia), cotovia-arbóreas (Lullula arborea) e pelos sazonais papa moscas que quase íamos confundindo com os tentilhões. E identificámos ainda trigueirões (Emberiza calandra), rabirruivo (Phoenicurus ochruros), ferreirinha (Prunella modularis), rola turca (Streptotelia decaocto), pombos (Columba sp.) e uma águia de asa redonda (Buteo buteo).


Chegando à propriedade ficámos no lameiro adjacente a observar e registar chapins, chamarizes, carriças, trepadeiras, tentilhões, piscos, melros, gaios (Garrulus glandarius) e os primeiros verdilhão  (Carduelis chloris) e toutinegra de barrete (Sylvia atricapilla) do dia que foram aparecendo, principalmente nas àrvores de grande porte regeneradas de Copa junto às linhas de água.
Enquanto tentávamos identificar e seguir o voo de um pica-pau-malhado (Dendrocopos major) íamos ouvindo ao fundo a "risada" do pica-pau-verde (Picus viridis).
Terminámos a atividade sem registar gralhas que apesar de comuns na região foram bem discretas durante a atividade.


Caso tenham ficado curiosos com esta atividade, podem reservar o dia 24 de Agosto que será dia de Bioblitz na Cerdeirinha, Oliveira de Frades (mais informação em breve), também no âmbito do Fundo Recomeçar da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Rita



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