Uma questão de persistência

Grande parte das mimosas do baldio da Granja voltaram a rebentar e a crescer após as intervenções da MONTIS, cenário que era expectável. Além das intervenções feitas passou na área o fogo de 2017, que levou à queda de um muro e consequente arrastamento de pedras sobre a área em questão.

Apesar de não termos recentemente estado tão presentes quanto gostaríamos no baldio da Granja, no passado sábado, dia 12 de setembro, estivemos no local com uma ação de voluntariado para dar continuidade ao controlo desta espécie invasora.

Os resultados das intervenções feitas pela MONTIS em anos anteriores são visíveis em muitos casos: há muitas mimosas descascadas que morreram. Ainda assim, na maioria dos casos, há uma grande quantidade de nova rebentação através das raízes das árvores que morreram. 


Alguns dos resultados de intervenções anteriores, neste caso com pouco sucesso na mimosa maior.

Descasque refeito na árvore da imagem anterior. Uma das novas rebentações foi arrancada com o máximo de raíz possível.


No baldio da Granja o controlo desta invasora torna-se mais difícil devido à grande quantidade de rocha existente à superfície e à inclinação do terreno. As árvores germinam ou rebentam de raíz entre as rochas, o que dificulta bastante o descasque até ao solo, feito de forma eficiente.

Os próximos passos no controlo destas mimosas serão a repetição dos descasques e arranques com raiz, sempre que possível, esperando nós que com o tempo o acacial enfraqueça significativamente.

O que há de bom no baldio da Granja é a grande quantidade de regeneração natural. Após o fogo de 2017 os carvalhos e sobreiros existentes rebentaram em força. Há também alguns pinheiros jovens a nascer. Enquanto controlamos as mimosas estamos a podar os carvalhos e sobreiros, estimulando o seu crescimento em altura e a formação de copas. 


Aspeto geral da zona superior da área de intervenção, com a regeneração dos carvalhos intercalada com a presença das mimosas

Mimosas descascadas, no final do voluntariado

Grupo de voluntários que esteve presente na ação, incluindo os voluntários do projecto LIFE VOLUNTEER ESCAPES


Procuramos com estas intervenções reduzir a instalação do acacial e acelerar a instalação de bosquetes nativos, que possam apoiar o controlo do acacial pelo ensombramento e ocupação de espaço. Todo este processo é lento e exige uma abordagem de ritmo semelhante,  persistente e prolongada no tempo. Para controlar vegetação invasora é preciso perceber que o problema não se resolve, mas que se vai resolvendo.

Jóni Vieira





Comentários