4 primaveras

 


Começam a ser vários os carvalhos que se encontram com o aspecto acima nas propriedades do Carvalhal de Vermilhas, áreas da MONTIS na Serra do Caramulo que arderam em 2017. Os carvalhos destas áreas regeneraram na sua maioria pela base do tronco, ou seja, a parte aérea, morreu mas a raiz da árvore continuou viva, o que permitiu o crescimento de novas guias, das quais se formará um carvalho adulto, na Primavera de 2018.

 

Na fotografia a baixo, de uma parte da propriedade, cada esqueleto de carvalho ardido representa, em 98% das vezes, um carvalho que está a regenerar pela base do tronco. A MONTIS decidiu influenciar este crescimento, através de podas selectivas, de forma a que a raiz concentre a energia nas guias que foram deixadas por serem, aparentemente, as mais fortes e com mais folhas. 

Espera-se que este processo resulte num crescimento dos carvalhos que, em menos tempo, forme copas cuja sombra controle os matos e que os carvalhos estejam mais bem preparados para o próximo fogo.



Passaram quatro Primaveras desde os fogos de 2017, os carvalhos da propriedade começam a parecer ter, na sua maioria, uma altura superior a 1,50m alguns, embora outros, em menor quantidade, tenham menos de 1m.


Fora da propriedade, encontram-se muito carvalhos, que ao longo destes anos não foram podados, e servem de termo de comparação. 


Parecem carvalhos grandes e razoavelmente desenvolvidos, no entanto, também parece claro que o crescimento destes carvalhos de fora da propriedade está centrada no crescimento lateral, ou seja, muitos ramos com muitas folhas, enquanto os carvalhos da MONTIS, que também apresentam muitas folhas (pelo menos este ano que tem sido bom para as árvores), têm um maior crescimento em altura. O que para o objectivo de criar sombra o mais rápido possível para controlo dos matos, e a diminuição da continuidade vertical de combustíveis parece mais desejável.

Carvalho dentro da propriedade, cerca de 1,70m

Carvalho fora da propriedade, cerca de 1,30m

Em alguns carvalhos mais altos, parece também não haver tantas giestas por debaixo, sem ainda ser possível afirmar com certezas porquê. Uma das hipóteses é apenas a de que o acesso ao carvalho para executar as operações de condução da poda tenha provocado um maior pisoteio, mas admitir-se que algumas copas dos carvalhos começam a fazer a sua função de controlo.


Em comparação com fotografias de anos anteriores, apesar de não especificamente dos mesmos carvalhos, mas dos vizinhos, parece que está a haver resultados. O trabalho da condução da regeneração em Vermilhas, continuará certamente até ao próximo fogo, pelo menos enquanto os carvalhos já podados continuarem a produzir novos ramos pequeninos na base do tronco, como forma de compensar o desequilíbrio entre a raiz e a copa


Fotografia de carvalhos em Vermilhas, Novembro 2018

Ver o progresso lento mas com aparentes resultados do trabalho que se faz na Natureza é sempre mais fácil no terreno que através de fotografias, e por isso fica o nosso convite para visitarem o Carvalhal de Vermilhas para ver o avanço na gestão destas propriedades.


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