Fomos ontem ao baldio de Carvalhais com um parceiro recolher imagem e vídeo para um trabalho.
Visitámos a zona que queimámos em Janeiro deste ano. As plantações feitas em 2017 continuam com crescimentos quase nulos, mas uma parte boa está viva e de aparente saúde. Esta plantas estarão já estabilizadas e será mais difícil perdê-las agora. Precisam de tempo para crescer. Vimos também alguns dos carvalhos queimados, total ou parcialmente, durante o fogo controlado. Parte deles ficou com as copas vivas, e têm agora uma grande vantagem competitiva em relação às giestas e outros matos. Iremos podar e conduzir estes carvalhos durante o Inverno. As poucas folhosas que existem na zona gerida pela MONTIS estão a crescer e vêem-se cada vez mais.
Área tratada com fogo controlado em Janeiro de 2021 pela MONTIS no baldio de Carvalhais |
Várias folhosas em crescimento nas linhas de água (freixos, carvalhos e salgueiros) |
Carvalho negral plantado em 2017, com 4 anos de desenvolvimento. |
Medronheiro plantado em 2017, com 4 anos de desenvolvimento |
Carvalho em que parte da copa não ardeu no fogo controlado de Janeiro deste ano, e que tem agora uma maior vantagem competitiva em relação aos matos. |
Este extremo Leste da área que gerimos parece-nos ser mais difícil no que diz respeito a instalar vegetação. Os desenvolvimentos das plantas são residuais e há muita mortalidade. Será preciso muito tempo até termos o mosaico de bosquetes que estamos a tentar criar com a ajuda do fogo controlado, e muito pode acontecer entretanto.
Olhamos também para uma pequena parte da parcela no Castro da Cárcoda que a ATASA tratou com fogo controlado este ano, com o apoio da Raízes In, o mesmo parceiro que tem feito os fogos controlados da MONTIS no baldio de Carvalhais. Parece haver uma diferença nos resultados destes dois fogos controlados: os resultados obtidos na área queimada no Castro da Cárcoda são muito parecidos com os resultados dos primeiros fogos da MONTIS. É óbvio que o fogo controlado do Castro da Cárcoda é mais recente (Maio), e como tal não tem tanto tempo de recuperação. O último fogo feito pela MONTIS (Janeiro) apresenta uma recuperação mais rápida da vegetação. Especulamos que isto esteja relacionado com a diminuição da carga de combustível conseguida no fogo de há 4 anos, juntamente com o facto de termos queimado cedo, em Janeiro, permitindo mais tempo de recuperação da parcela na estação da Primavera.
Uma pequena parte da parcela queimada pela ATASA na zona do Castro da Cárcoda |
No meio de tudo isto algumas coisas são certas: os 100 hectares que a MONTIS gere no baldio de Carvalhais têm hoje um mosaico de paisagem e habitat mais diverso; há uma quantidade de árvores substancialmente maior, nomeadamente carvalhos, ainda que para já sejam apenas pequenas árvores de 20 cm que irão precisar de muito tempo para crescer e criar bosquetes; há mais informação recolhida acerca da fauna e flora da propriedade, uma parte por voluntários e outra parte por estagiários da academia, incluindo a confirmação de espécies menos comuns como a víbora-cornuda e um invertebrado que depende de carvalhos e madeira de giesta morta (Platycerus spinifer); há muito mais pessoas a passar por este território, trazendo opinião, massa crítica e conhecimento, e criando novas opiniões sobre a sua gestão.
Jóni Vieira
Olá a todos! A gestão no baldio é realmente um processo muito moroso, mas parece dar frutos :) Já tenho saudades... Quando é a próxima atividade em Carvalhais?
ResponderEliminarPs: finalmente fecharam o açude? já temos um lago no baldio
Abraço a todos
Maria João
Olá. A natureza precisa de tempo. Mas parece que há bons indícios. Neste momento não temos uma actividade planeada para o baldio de Carvalhais. Teremos a partir de Setembro. Esperamos tê-la por cá nessa altura. Obrigado e até breve.
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