Por entre veigas e lagoas

Na manhã de dia 25 de janeiro, decorreu o Passeio mensal da MONTIS na Paisagem Protegida Regional das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d'Arcos, em Ponte de Lima, em colaboração com a MoLima.

O percurso teve início no Centro de Interpretação Ambiental, com uma breve introdução à MONTIS, à MoLima e ao local. Estas lagoas estão incluídas na ZEC Rio Lima (PTCON0020) e são um dos Sítios da Convenção de Ramsar (Zonas Húmidas de Importância Internacional).

O percurso começou num caminho que nos colocou entre um espaço florestal de produção de eucaliptal, instalado na colina, e a vegetação arbórea autóctone, que forma uma faixa de proteção à lagoa, e onde observámos que têm sido realizadas plantações localizadas de espécies autóctones, como de carvalho-alvarinho (Quercus robur).

Aqui falámos um pouco do trabalho desenvolvido pela MONTIS para a reconversão de eucaliptais em matas biodiversas e a forma como o fazemos (apoiando a regeneração natural e também com plantações localizadas de espécies adaptadas à região).

A partir deste ponto, tivemos que contornar a primeira parte do percurso, porque a chuva intensa durante a noite anterior tornou o acesso intransitável (ainda no final do dia anterior tínhamos feito o reconhecimento do percurso e conseguíamos passar).

Deslocámo-nos até à ponte da Freixa, onde aproveitámos para fazer uma pequena pausa na margem do rio Estorãos, degustando o folar de Vouzela, doce regional da vila que acolhe a sede da MONTIS.

De seguida, percorremos um pouco de um caminho paralelo ao rio Estorãos, principal curso de água da área protegida, onde debatemos a importância da galeria ripícola para estabilização das margens e manutenção do habitat das espécies locais.

Seguimos depois em direção à veiga do Sobreiro, onde passámos por choupais e veigas - terrenos férteis e planos que se localizam na área adjacente às margens dos cursos de água - com culturas de milho e azevém. Aqui, discutimos a importância destas culturas como meio de subsistência da comunidade local e também a sua importância para a biodiversidade, em particular para a avifauna.

Avistámos algumas garças, nomeadamente a garça-branca-pequena (Egretta garzetta), a garça-branca-grande (Ardea alba) e a garça-real (Ardea cinerea).

E ainda encontrámos uma acácia-austrália (Acacia melanoxylon), o que nos deu a oportunidade para falar do trabalho desenvolvido pela MONTIS no controlo desta invasora e a importância deste tipo de intervenção para a proteção do ecossistema local.

Agradecemos mais uma vez a todos os participantes por enriquecerem esta manhã. Esperamos que tenham gostado e que continuem a acompanhar e a participar nas atividades da MONTIS.

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