Um mês depois do fogo controlado é já possível
ver como está a evoluir a área queimada.
A razão da Montis recorrer ao fogo controlado
é a melhoria das condições de gestão, quer da área queimada, quer das áreas
envolventes.
A área intervencionada (laranja) situa-se no
extremo leste da área sob gestão da Montis (azul), possibilitando
simultaneamente melhores condições de gestão e melhorando as condições de
gestão em incêndios futuros no total da propriedade.
A área queimada possuía maioritariamente matos
relativamente baixos(tojos, urzes e carquejas), e núcleos de giestal alto.
Antes do fogo, com a colaboração dos sapadores
florestais de S. Cristóvão, foi necessário preparar as faixas de contenção, no
limite oeste da área a queimar, que acompanhava uma linha de água com giestas
de 3 metros. De resto, a maior parte do perímetro a queimar era constituído por
caminhos, que são naturalmente faixas de contenção.
No dia 23 de Fevereiro, com a presença dos
Bombeiros Voluntários de S. Pedro do Sul, os Sapadores Florestais de S.
Cristovão e da Junta de Freguesia de Carvalhais e Candal, a GIFF executou o
fogo controlado.
O esquema que se segue serve para mostrar como
o fogo foi conduzido consoante as características do terreno e a vegetação
presente, sendo possível variar as propriedades do fogo consoante as necessidades.
O fogo iniciou-se pelo extremo norte, onde os
matos permitiram o seu avanço rápido e de acordo com o pretendido, eliminação
dos combustíveis finos e deposição das cinzas no solo. Na segunda fase, o fogo
avançou para o interior da área sendo sempre acompanhado nos limites.
Na área a sudoeste, o núcleo de giestas origina mais problemas,por haver
pouco combustível próximo do solo e o seu teor de humidade não facilitar a
propagação do fogo. Por isso permaneceram algumas manchas de giestas, mesmo
tendo-se intensificado o fogo nessas bolsas de giestal.
Por fim, duas linhas de fogo em sentidos
contrários (linhas verdes no esquema), percorreram a área ainda por arder,
encontrando-se e provocando a extinção do fogo. Face à exposição da vertente e
à brisa de final de dia que se fazia sentir, as chamas eram visíveis a grandes
distâncias, o que originou algumas chamadas de pessoas das aldeias vizinhas para
os bombeiros, avisando do fogo.
Por questões de
segurança fez-se o rescaldo da faixa de contenção, na única vez que se utilizou
água ao longo do dia (o fogo foi sempre controlado com recurso a ferramentas
manuais).
A baixa intensidade do fogo é visível através
deste exemplo, onde na visita à área após 15 dias, a vegetação já dá sinais de
vida, o material queimado mantém a sua estrutura e o solo não apresenta sinais
de erosão considerável.
Tudo isto, será discutido no próximo passeio
do fogo, no dia 13 de Maio, com António Salgueiro, o responsável pelo fogo
controlado de dia 23 de Fevereiro, a guiar-nos.
Visitaremos, então, o baldio de Carvalhais e
poderemos discutir o uso de fogo como instrumento de gestão, suas vantagens e
desvantagens e as suas diferenças em relação aos fogos de Verão.
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