Talvez na Segunda-feira, dia 3 de Dezembro



Logo pela manhã, a indicação que esperamos há algum tempo: "Existe uma ligeira (dependendo dos modelos de previsão) possibilidade de executarmos o fogo controlado na próxima segunda à tarde (no local a partir das 13h00)".
A possibilidade é ligeira, mas para nós é como se houvesse toda a certeza: mobilizar a equipa, contactar as entidades que é preciso contactar, informar os parceiros, dizer a quem antes se mostrou interessado e, se possível, a todos, que a possibilidade é ligeira, sim, mas se houver uma oportunidade, na Segunda-feira vamos mesmo queimar.
Temos de esperar por amanhã, avaliar se as previsões meteorológicas se mantêm, temos depois de manter a atenção todo o fim de semana, e na segunda de manhã confirmamos, ou não, a queima, se até lá não desaparecer esta possibilidade ligeira de que nos fala a GIFF.
Para nós é muito importante queimar o mais cedo possível.
As duas queimas anteriores foram já na Primavera e gostaríamos de fazer esta terceira ainda antes do Inverno, no Outono, a época que preferencialmente era usada pelos pastores.
Queremos ver se a resposta da vegetação é claramente diferente, queremos ter mais oportunidades de gestão neste Inverno, queremos poder começar a fazer contenção de sedimentos antes do Inverno e das chuvas da Primavera, queremos fazer algumas plantações já em áreas em que vamos estimular a acumulação de solo depois do fogo que está planeado.
Depois faremos um ano de pausa nos fogos controlados e, se entretanto o baldio não arder no num desses Verões, retomamos o fogo controlado na área em que queimámos na primeira vez, na Primavera de 2017.

À direita, área queimada há um ano e meio


Nessa altura será, muito provavelmente, um fogo diferente do que vamos fazer agora, já não estaremos a falar de queimar giestas altas para abrir espaço para acções de gestão, o fogo será mais fácil de controlar por haver menos combustível acumulado e, provavelmente, teremos de excluir áreas de plantação da área a queimar porque quatro anos é pouco tempo para as árvores terem dimensão para resistir ao fogo, mesmo de muito baixa intensidade.
Retomaremos com esse fogo o ciclo de queima que nos permitirá ter cerca de 50 hectares que não queimamos e outros cinquenta, divididos em três parcelas, que ardem em anos diferentes, e cujo coberto vegetal esperamos ter conseguido alterar em pontos específicos.
O que queremos, aplicando o mínimo de recursos possível, é criar um mosaico de vegetação em diferentes estadios de desenvolvimento, substituindo a actual homogeneidade pela diversidade de nichos ecológicos a partir da qual queremos conseguir criar, num futuro que começámos há poucos anos, povoamentos maduros e estruturalmente complexos como espinha dorsal de um mosaico biodiverso.
Quem quiser vir assistir é sempre bem vindo, mas convém confirmar amanhã ao fim da tarde qual é a probabilidade de existir estar oportunidade de queima na Segunda-feira.

henrique pereira dos santos

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