No dia 12 de Novembro, vários participantes com formações, preocupações e
visões diferentes reuniram-se nas Pedras Parideiras para passear e
conversar sobre fogos e áreas ardidas.
Num percurso que cruza dois vales e obriga à transposição de uma
cumeada, discutiram-se os fogos de Agosto, onde andaram onde pararam, o
que explica a sua entrada na aldeia, com destruição de casas no interior
do aglomerado, mas também a pujante recuperação que já é possível ver,
sobretudo da carqueja e do tojo.
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Rui Ferreira
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As subidas e descidas do percurso, se em alguns momentos obrigam a
maior esforço e a paragens para recuperar forças, permitem uma visão de
conjunto que ajuda a compreender a paisagem e a sua evolução ao longo do
tempo, permitindo discussões muito concretas sobre questões locais (por
que razão se mantêm aqueles vinte hectares de pastos naquela encosta?
porque arderam há um ano, o que permitiu uma redução de combustíveis que
permite uma pequena afectação pelo fogo de Agosto, sendo agora os
únicos pastos disponíveis para as vacas, até à próxima Primavera) mas
também questões globais (então e as alterações climáticas e o sequestro
de carbono? É verdade, mas a opção não é entre ter fogo ou não, mas sim
quando e de que forma queremos que fogo esteja presente).
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Rui Ferreira
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No conjunto foi possível ver o resultado da passagem do fogo e entender o seu comportamento em ambientes distintos.
Desta vez uma pesada chuva não prevista encurtou o passeio, ou
melhor, apressou o passeio, o segundo vale foi transposto em passo de
corrida, mas sempre se viu o que não é tanto costume: a enxurrada de
água pela encosta queimada, alagando caminhos e transportando carvões,
cinzas e talvez algum solo.
É caso para dizer que não nos desanimam facilmente: vamos voltar a
fazer este percurso, mais tarde ou mais cedo, que era o que mais faltava
que a meteorologia mandasse no que vemos ou deixamos de ver.
Como é tradicional nos passeios da Montis, depois do passeio
atirámo-nos ao lanche (o magusto ficou prejudicado, isso é verdade)
enquanto discutimos o que vimos e nos secámos à lareira.
Obrigado ao Geopark Arouca pelo apoio e ao Eng. Manuel Rainha pela companhia e pelas explicações.
Estamos a preparar o próximo passeio do fogo, venham daí.
Gostei muito, mais uma vez. è um prazer colaborar convosco.Arminda
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