Durante as visitas às
propriedades geridas pela MONTIS deparamo-nos frequentemente com vestígios de
atividade de variadas espécies de mamíferos, mas a sua observação direta é mais
complicada. Grande parte dos animais pertencentes a este grupo estão mais
ativos durante a noite, dificultando a sua observação e identificação.
Devido a estas limitações, é
necessário recorrer a métodos indiretos para perceber que espécies se encontram
num determinado local. Estes métodos indiretos baseiam-se na existência de
indícios de presença.
No caso de mamíferos de médio/grande
porte, o mais frequente e simples para recorrer à identificação é a existência
de pegadas e excrementos. Um bom exemplo de excrementos como indício de
presença é o que podemos observar na primeira imagem, onde podemos facilmente
identificar os excrementos de coelho-bravo. Esta fotografia foi tirada no dia
28.09.2017, durante uma passagem pela Serra da Arada após visita à galeria
ripícola da propriedade de Costa Bacelo, nas proximidades de Janarde.
Para micromamíferos (em que o
porte raramente permite a formação de uma pegada distinguível), os indícios de
presença mais fiáveis são os ossos e pelos presentes em egagrópilas. As
egagrópilas são bolas de alimentos não digeridos, que são regurgitadas por
algumas aves (nomeadamente aves de rapina).
Além destes indícios, muitos
outros podem ser utilizados, como: odores específicos, tocas, túneis, fossadas,
árvores danificadas, pinhas roídas entre outros.
Um bom exemplo dessas pinhas
roídas é o presente na segunda fotografia. Numa visita ao Carvalhal de
Vermilhas, no dia 20.09.2017, com intuito de fazer o ponto de situação da
propriedade cruzámo-nos com este ótimo exemplar de pinha roída por um
esquilo-vermelho.
Tudo isto prova que o que tentamos
proteger e conservar com as nossas ações vai, muitas vezes, para além daquilo
que conseguimos observar diretamente.
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