Há já muitos anos que conheço a Herdade do Freixo do Meio e
o Alfredo Cunhal, seu proprietário. Poderia destacá-los a ambos por terem
estado sempre, “à frente do tempo”, na valorização do montado e na tentativa contínua
de encontrar modelos de sustentabilidade para produzir valor económico,
enquanto conservam a biodiversidade e o solo.
Quando, no ano passado, na sequência de várias conversas
sobre o assunto, a MONTIS chegou a um acordo de gestão sobre a propriedade,
aquilo a que nos propusemos não foi o que para alguns seria mais fácil e
atrativo: ter a custódia de uma das várias áreas bem conservadas da Herdade,
onde aparecem espécies e habitats bem interessantes.
Pelo contrário, porque julgo cabe à MONTIS e seus associados
ensaiar e demonstrar alternativas de gestão mais complicadas, aquilo que ficou
acordado foi pegar numa linha de água muito degradada e, com tempo e mãos,
procurar recuperá-la.
No caso concreto, e para já, combatendo canas, que muitos
consideram ser um esforço inglório. Não é a minha opinião, considero aliás que,
para o Sul do país, esta deve ser uma prioridade.
Já trabalho há vários anos em controlo de invasoras, já ouvi
várias vezes o argumento de que “não vale a pena” o esforço, e já vi – sempre
tenho visto, aliás – que quando a ação é persistente, se atingem resultados.
Por vezes com poucas mãos, desde que a frequência do trabalho se mantenha.
Com canas, já há um ano que ando a trabalhar, em contexto
profissional, numa linha de água em Évora. Com bastante sucesso, e mãos não
especializadas como são as da juventude de uma escola local.
Foi também com essa experiência - que certamente beneficiou
igualmente do ano seco que passou – que no dia 25 de Abril nos juntámos cinco,
bem motivados para estas “guerras”, e demos os primeiros passos na ribeira que
a MONTIS tem sob sua gestão Freixo do Meio.
Num dia bem passado, com associados e não associados, deu-se conta dos
primeiros 20 ou 30 metros de canavial.
Já só faltam outros 1.900, dirão alguns. Mas não, faltam esses e muitos
mais. Porque a cada dia que lá formos, teremos de ir dando conta do que vai
rebentando, para enfraquecer as canas que lá estão sem termos de estar a
mobilizar o solo onde assentam, e bem, os seus rizomas.
Neste domingo, elas já lá estavam, à nossa espera, como a
foto bem documenta. Mas estas vão bem de tesoura de poda, e num instante damos
conta delas. Por isso, não esqueçam: este sábado, é dia de voluntariado mensal
da MONTIS no Freixo do Meio. E mais umas mãos dão sempre jeito… Quem quiser
aparecer é bem-vindo!
Enviem sff mail para montisacn@gmail.com
até sexta-feira pelo meio dia por causa de vos prepararmos a logística e
coberturas de seguros. Para mais informações, estejam à vontade para contacto
através do 939200733.
Até sábado!
Luis Jordão
Comentários
Enviar um comentário