As invasoras de Vieiro

Nos 25 hectares de Vieiro sob gestão da Montis, lidamos maioritariamente com duas espécies invasoras, Acacia dealbata (mimosas) e Hakea sericea (háquea espinhosa). O nível de humidade tem estado favorável ao descasque de acácias como já temos vindo a divulgar em actividades anteriores, e portanto, temos estado a incidir nesta tarefa aquando das nossas visitas à propriedade.

No dia 13 de Abril fomos com a Arminda, o José António e o Matt (parceiro da Mossy Earth) até Vieiro com trabalhos de controlo de invasoras, maioritariamente acácias e algumas plantações nas leiras que serviram para agricultura em tempos (ainda se encontram uma que outra árvore de fruto como cerejeiras).

Cerejeira nas leiras de Vieiro

Depois de uma caminhada até ao centro da propriedade e local com o núcleo mais considerável de acácias na área, pusemos mãos à obra para continuar o descasque destas invasoras.

As mimosas, espécies oriundas da Austrália, espalham-se e dominam rapidamente as áreas onde se instalam, impedindo que outras espécies cresçam e se propaguem no local. O controlo que fazemos desta invasora passa ou por arranque completo da planta com a raiz (porque se deixarmos algum resquício do sistema radicular considerável no solo este irá reagir, regenerar e desenvolver-se em vários caules) ou descasque da planta.

Descasque de acácias

Depois de concluída a nossa tarefa com as acácias e da merenda, discutimos um pouco sobre a próxima tarefa. No dia 11 de Abril estivemos com os participantes do WorkCamp (e parceiros do LIFE ELCN) em Vieiro também para plantações e controlo de invasoras e no qual verificámos que as háqueas que se encontram no topo da propriedade já começavam a ter sementes. Ainda que concentrados alguns esforços nesse dia para o arranque destas invasoras não foi possível avançar muito o trabalho.

Háque jovem com cápsulas de sementes verdes

Foi por isso que no dia do voluntariado (13 de Abril) tomámos a decisão de deixar as plantações para outra actividade e de continuar a atacar este núcleo de háqueas antes que as cápsulas se tornassem maduras e formassem sementes que ficariam a aguardar o próximo incêndio para abrir e se espalhar.

Subindo até ao topo da propriedade, a Arminda concentrou-se na condução de regeneração natural de alguns carvalhos e pinheiros que por ali andavam, enquanto os demais nos focámos no arranque de todas as háqueas da zona, recolhendo já as sementes maduras (que guardaremos dentro de um saco para evitar propagações e queimaremos quando houver oportunidade).

Arranque de háqueas

Todas as háqueas que arrancámos provinham de pelo menos duas háqueas adultas identificadas que arderam nos fogos de 2016 abrindo as cápsulas de sementes e espalhando-se pela área.

Háquea adulta queimada com as cápsulas abertas sem sementes

Terminado o arranque de praticamente todas as háqueas encontradas naquela área, demos por encerrado o nosso dia de voluntariado e mesmo a tempo da chuva começar. Muito obrigada a todos pela participação!

A equipa do voluntariado com os voluntários ao abrigo do projecto LIFE VOLUNTEER ESCAPES (LIFE17 ESC/PT/003) no âmbito do LIFE ELCN (LIFE16 PRE/DE/005)


Comentários