Obrigado António Alexandre, restaurante Clara Jardim e outros

A fotografia de cima, uma má fotografia, documenta a oficina de alimentação e paisagem que a Montis promoveu no quadro da sua campanha "Como coisa que nos é cedida".
A oficina só é possível, com a qualidade que os participantes reconhecem unanimemente, com base na generosidade de António Alexandre, um Chef conhecido e reconhecido que decidiu apoiar a campanha com o que sabe fazer melhor, e com base da disponibilidade do restaurante Clara Jardim, que aceitou receber-nos na sua cozinha num dia em que, ao mesmo tempo, tinha um serviço para umas dezenas de pessoas.
A oficina não seguiu completamente os padrões do costume (e quem conhece António Alexandre sabe que seguir padrões não é bem o que o motiva), dadas as circunstâncias, mas ilustra bem o melhor que uma campanha de crowdfunding tem: a mobilização da boa vontade de pessoas diferentes que, também por razões diferentes, apoiam uma ideia que acham válida.
Nem tudo corre bem numa campanha, em especial uma campanha como esta, com um valor de angariação várias vezes superior ao padrão do crowdfunding em Portugal. Por exemplo tivemos de  cancelar a oficina de cozinha em Évora, na Casa Morgado do Esporão, mas mesmo quando  acontece, abrem-se portas que usaremos no futuro, estando perfeitamente estabelecido que, fora do contexto da campanha, iremos fazer uma oficina de alimentação e paisagem na Casa Morgado do Esporão, como nos comprometemos, o mínimo que podemos fazer para corresponder à disponibilidade da Casa Morgado do Esporão.
A equipa técnica da Montis tem tido um empenho enorme e suportado um acréscimo de trabalho brutal, resultante das muitas actividades programadas e, ainda assim, tiveram a flexibilidade para que, tendo Paula Martins identificado a oportunidade de estar no festival de sopas de Vouzela, no próxima dia 17 de Maio, em menos de 24 horas tenha sido possível desenhar os moldes da presença da Montis, envolvendo os nossos voluntários, que se ofereceram para fazer um sopa sueca e animar a presença da Montis, tentando angariar mais algum dinheiro para a campanha.
Algumas das actividades, no curto prazo, não geram donativos relevantes (algumas nenhuns, mesmo), mas fizemos coisas novas para a Montis, como o Bioblitz em Vieiro, ou a aula de desenho de natureza da Arminda Bernardino num dia de voluntariado, que foram balões de ensaio para novas actividades regulares da Montis, envolvemos pessoas diferentes de forma diferente, como as projecções do filme de Pedro Lérias e Paulo Martinho integrado na séria 1001 Margaraças, conseguimos novos sócios, e muitos outros benefícios não financeiros da campanha.
Agora, que arrancamos para os últimos oito dias da campanha com cinco mil euros ainda para mobilizar, é muito bom perceber que mesmo que campanha, financeiramente, morresse na praia, há um conjunto muito alargado de benefícios, alguns directamente para a Montis (notoriedade, sócios, envolvimento de parceiros, etc.), outros mais gerais (a demonstração de que há disponibilidade das pessoas comuns e empresas para comprar terrenos para dedicar à conservação e que é possível, com trabalho e esforço, é verdade, angariar mais de vinte mil euros em dois meses) que não morreriam com o eventual falhanço financeiro da campanha.
Mais de duzentos doadores, com doações que variam entre 2 euros e centenas de euros, 24 mil euros já angariados e perspectivas realistas de conseguir os 29 mil necessários é o bom resultado da generosidade de muita gente, de que António Alexandre, o restaurante Clara Jardim, mas também muito outros, com especial destaque para a equipa técnica da Montis, são exemplos claros.
Vamos lá então ao esforço final, mas independentemente do resultado, muito obrigado a todos os que se têm empenhado nesta campanha.
henrique pereira dos santos

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