A 3ª edição da Noite e Dia no Carvalhal, decorreu no passado fim-de-semana de 10 e 11 de Agosto, no Carvalhal de Vermilhas, onde se encontram as duas propriedades compradas pela Montis através do crowdfunding "E que tal sermos donos disto tudo?".
As propriedades, quando foram compradas, tinham carvalhos com alguma altura que arderam a 15 de Outubro de 2017, estando agora em regeneração.
Com as giestas e outro mato a aparecer e tomar altura, a condução da regeneração natural dos carvalhos torna-se uma tarefa com importância para favorecer o crescimento mais rápido das guias escolhidas em cada carvalho, permitindo melhorar a sua capacidade de competir com o mato envolvente e o ultrapassar em altura.
Começámos o dia com um percurso curto até à propriedade Cabrieira, a propriedade maior, passando pelos lameiros e campos das redondezas, apreciando a paisagem. Chegados à área gerida subimos a propriedade de forma a termos uma vista panorâmica sobre a serra do Caramulo, discutindo a recuperação da paisagem depois do fogo de 2017.
Passada a merenda, metemos mãos aos carvalhos. Depois das podas que andámos a fazer na Primavera, começaram a brotar novas guias na base dos troncos ardidos de onde também saem as guias seleccionadas anteriormente. Estes rebentos, que formam tufos à volta do carvalhos, embora permitam ter maior superfície foliar para captação de energia para a recuperação da raiz, dispersam o esforço de crescimento da planta, atrasando o crescimento da guia principal. Por isso retomámos o trabalho de poda destas novas guias, esperando concentrar o crescimento da árvore nas guias seleccionadas.
Já ao fim da tarde embarcámos numa outra caminhada, desta vez passando pelo carvalho centenário de Vermilhas e terminando num convívio no café Flor da Serra.
Com algumas despedidas e algumas novas recepções de participantes, seguimos caminho até à propriedade mais pequena, Dumação, o nosso destino de pernoita.
Montadas as tendas, o Luís Costa da Binaural/Nodar, uma associação rural contemporânea na área da arte sonora e documentação etnográfica, começou a actividade das "Florestas Sonoras" um projecto para captar os sons das florestas através de microfones binaurais, levando-nos a focar e reparar nos sons de que não nos apercebemos.
Começando com um minuto de silêncio para ouvirmos o que nos rodeava, passámos entre nós os microfones binaurais que ampliaram a nossa audição e nos permitiram ouvir com mais definição o que naturalmente tomamos como "regular" no que vamos escutando, desde os cães a ladrar na aldeia ao barulho das pás das eólicas do Caramulo.
A noite esteve particularmente calma e silenciosa, uns mochos galegos que se iam ouvindo aqui e ali, as folhas que se remexiam com o vento e uns quantos insectos que se iam manifestando. Com gravadores fomos gravando as conversas e os sons do nosso jantar, o corte da chouriça e do queijo, a colher no jarro do mel e até o camping gás com a sopa a ferver. Estes sons, que se juntarão aos que o Luís foi gravando durante a condução da regeneração natural - tesouras a cortar, vegetação a remexer - guardarão a memória auditiva desta actividade.
Despedindo-nos de mais alguns participantes e dormindo com um céu não muito estrelado, chegámos à manhã de Domingo, continuando após o pequeno-almoço e já algumas caminhadas exploratórias aqui e ali dos participantes, o trabalho de poda de carvalhos que começámos no dia anterior.
Com o almoço em vista, subimos a Serra do Caramulo até ao parque eólico onde fizemos um passeio pelas estradas, passando na lagoa da Meruje para ver a avifauna que ali se encontrava. Sentados em uns rochedos desfrutámos do nosso último convívio desta actividade, com a companhia de algumas cabras que andavam a fazer gestão de combustíveis com o seu pastoreio.
Muito obrigada a todos pela participação, e colaboração da Binaural/Nodar. Até a uma próxima actividade.
A Noite e Dia no Carvalho foi financiada pelo Fundo Recomeçar da Santa Casa da Misericórdia, um fundo para o desenvolvimento de actividades em áreas afectadas pelo fogo de Outubro de 2017.
Margarida Silva
As propriedades, quando foram compradas, tinham carvalhos com alguma altura que arderam a 15 de Outubro de 2017, estando agora em regeneração.
Com as giestas e outro mato a aparecer e tomar altura, a condução da regeneração natural dos carvalhos torna-se uma tarefa com importância para favorecer o crescimento mais rápido das guias escolhidas em cada carvalho, permitindo melhorar a sua capacidade de competir com o mato envolvente e o ultrapassar em altura.
Começámos o dia com um percurso curto até à propriedade Cabrieira, a propriedade maior, passando pelos lameiros e campos das redondezas, apreciando a paisagem. Chegados à área gerida subimos a propriedade de forma a termos uma vista panorâmica sobre a serra do Caramulo, discutindo a recuperação da paisagem depois do fogo de 2017.
Passada a merenda, metemos mãos aos carvalhos. Depois das podas que andámos a fazer na Primavera, começaram a brotar novas guias na base dos troncos ardidos de onde também saem as guias seleccionadas anteriormente. Estes rebentos, que formam tufos à volta do carvalhos, embora permitam ter maior superfície foliar para captação de energia para a recuperação da raiz, dispersam o esforço de crescimento da planta, atrasando o crescimento da guia principal. Por isso retomámos o trabalho de poda destas novas guias, esperando concentrar o crescimento da árvore nas guias seleccionadas.
Novas guias de carvalhos podados na Primavera
Já ao fim da tarde embarcámos numa outra caminhada, desta vez passando pelo carvalho centenário de Vermilhas e terminando num convívio no café Flor da Serra.
Com algumas despedidas e algumas novas recepções de participantes, seguimos caminho até à propriedade mais pequena, Dumação, o nosso destino de pernoita.
Montadas as tendas, o Luís Costa da Binaural/Nodar, uma associação rural contemporânea na área da arte sonora e documentação etnográfica, começou a actividade das "Florestas Sonoras" um projecto para captar os sons das florestas através de microfones binaurais, levando-nos a focar e reparar nos sons de que não nos apercebemos.
O nosso tecto deste fim-de-semana
A noite esteve particularmente calma e silenciosa, uns mochos galegos que se iam ouvindo aqui e ali, as folhas que se remexiam com o vento e uns quantos insectos que se iam manifestando. Com gravadores fomos gravando as conversas e os sons do nosso jantar, o corte da chouriça e do queijo, a colher no jarro do mel e até o camping gás com a sopa a ferver. Estes sons, que se juntarão aos que o Luís foi gravando durante a condução da regeneração natural - tesouras a cortar, vegetação a remexer - guardarão a memória auditiva desta actividade.
Despedindo-nos de mais alguns participantes e dormindo com um céu não muito estrelado, chegámos à manhã de Domingo, continuando após o pequeno-almoço e já algumas caminhadas exploratórias aqui e ali dos participantes, o trabalho de poda de carvalhos que começámos no dia anterior.
Com o almoço em vista, subimos a Serra do Caramulo até ao parque eólico onde fizemos um passeio pelas estradas, passando na lagoa da Meruje para ver a avifauna que ali se encontrava. Sentados em uns rochedos desfrutámos do nosso último convívio desta actividade, com a companhia de algumas cabras que andavam a fazer gestão de combustíveis com o seu pastoreio.
Muito obrigada a todos pela participação, e colaboração da Binaural/Nodar. Até a uma próxima actividade.
A Noite e Dia no Carvalho foi financiada pelo Fundo Recomeçar da Santa Casa da Misericórdia, um fundo para o desenvolvimento de actividades em áreas afectadas pelo fogo de Outubro de 2017.
Margarida Silva
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