Quatro dos palestrantes confirmados para o nosso colóquio "Bioblitz: com os olhos de todos" são a Raquel Ribeiro do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, o João Gonçalo Soutinho da BioLousada, Filipe Ribeiro da BioDiversity4All, Jael Palhas do Centro de Ecologia Funcional e Jóni Vieira da MONTIS.
Segue uma breve descrição pessoal, e do tema que vão abordar no colóquio!
Raquel Ribeiro
Quando era miúda queria ser guarda florestal em África e defender os animais de caçadores furtivos. Anos mais tarde, formou-se em Biologia tendo iniciado a vida profissional na conservação da natureza aplicada, no projeto Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal Continental (ICNF). Apercebeu-se que a biodiversidade nacional é tão fascinante como a de terras distantes e que precisa de igual proteção, ainda que de perigos muito diferentes. Depois do doutoramento, em biodiversidade urbana, dedica-se, desde 2012, à sensibilização e promoção da biodiversidade associada a várias instituições como a Fundação de Serralves, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genético (CIBIO-InBIO, laboratório associado) e, presentemente, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
Sinopse da apresentação:
Bioblitz à Portuguesa
Para um bioblitz com sucesso junte uma organização dinâmica e com boa capacidade de comunicação e voluntários em abundância. Escolha um local e deixe atuar o tempo que convier. Em muitos países com tradição naturalista (Inglaterra, EUA, …), esta receita é suficiente pois o público aderente tem autonomia para procurar, identificar e registar as espécies presentes. Mas Portugal ainda não está a este nível e os bioblitzs organizados por cá contam, invariavelmente, com a presença da comunidade científica. São os investigadores especialistas que fazem a ligação do público com os seres vivos identificados, ganhando estes eventos uma enorme componente pedagógica e perdendo-se, frequentemente, a vertente de ciência cidadã. Deste modo, é pertinente pensar quem são estes investigadores? Porque aderem a este tipo de iniciativa? Será sempre benéfica a sua presença ou não estamos a dar espaço aos voluntários não especialista para crescerem e se tornarem independentes?
Para um bioblitz com sucesso junte uma organização dinâmica e com boa capacidade de comunicação e voluntários em abundância. Escolha um local e deixe atuar o tempo que convier. Em muitos países com tradição naturalista (Inglaterra, EUA, …), esta receita é suficiente pois o público aderente tem autonomia para procurar, identificar e registar as espécies presentes. Mas Portugal ainda não está a este nível e os bioblitzs organizados por cá contam, invariavelmente, com a presença da comunidade científica. São os investigadores especialistas que fazem a ligação do público com os seres vivos identificados, ganhando estes eventos uma enorme componente pedagógica e perdendo-se, frequentemente, a vertente de ciência cidadã. Deste modo, é pertinente pensar quem são estes investigadores? Porque aderem a este tipo de iniciativa? Será sempre benéfica a sua presença ou não estamos a dar espaço aos voluntários não especialista para crescerem e se tornarem independentes?
João Gonçalo Soutinho
Biólogo (FCUP - 2016) e mestre em Ecologia e Gestão Ambiental pela FCUL (2019) tem focado o seu interesse e trabalho na área da ecologia e entomologia florestal, especialmente na importância da madeira morta nos ecossistemas e o seu papel na gestão florestal sustentável, utilizando a educação e sensibilização ambiental como ferramenta principal da sua ação. Sócio fundador da Associação Bioliving, onde é coordenador e fundador do Projeto VACALOURA.pt que promove a participação ativa de cidadãos para a conservação do maior escaravelhos da nossa fauna desde 2016, colabora ainda em diversos outros projetos, principalmente focado na educação e sensibilização ambiental. Atualmente coordena também o Projeto Gigantes Verdes no Município de Lousada, onde promove a preservação do património arbóreo de grande porte do concelho através de mecanismos de conservação que atuam nas componentes sociais, económicas e acima de tudo ecológicas das árvores, trabalhando diretamente com os proprietários municipais na implementação destes mecanismos.
Sinopse da apresentação:
Sinopse da apresentação:
O Município de Lousada assumiu em 2015 uma estratégia integrada para a sustentabilidade, que tem, desde então, orientado todos os trabalhos e projetos ambientais implementados no terreno. Esta estratégia assenta em em cinco principais eixos: 1) Educação ambiental e divulgação científica; 2) Investigação científica e conservação da natureza; 3) Envolvimento social; 4) Ações infraestruturais e 5) Sustentabilidade interna. O trabalho ambiental de Lousada diferencia-se, essencialmente, pelo constante envolvimento social. A autarquia considera o público como parte interessada ativa, e não meramente espetadores passivos. Nesta ação vamos abordar um pouco esta temática e como todos os lousadenses têm sido incluídos em ações e projetos com impactos diretos na conservação da biodiversidade local.
Filipe Ribeiro
Investigador do MARE, e membro da equipa do
LIFE-INVASAQUA pela SIBIC. Licenciou-se em 1998 na Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa, trabalhando nos projetos LIFE-Saramugo e em projetos
para EDIA com monitorizações de Peixes. Foi responsável pela criação da Carta
Piscícola Nacional em 2003-2007. Doutorado em Biologia (2008) pela Faculdade de Ciências
da Universidade de Lisboa. Em 2010, fundou a Associação Biodiversidade para
Todos - www.biodiversity4all.org - plataforma de ciência cidadã. É investigador do
MARE desde 2011, e atualmente coordena uma equipa de 6 investigadores, que trabalham em Invasões
Biológicas, sobretudo com peixes de rios. Atualmente é investigador principal
do Projeto SONICINVADERS e participa também em dois outros projetos FCT.
Organiza anualmente o Curso de Identificação de Peixes dos Ecossistemas
Dulciaquícolas (8 edições). No âmbito do projeto FRISK, realizou mais de 30
apresentações públicas para envolver as pessoas, principalmente pescadores
recreativos, nos registos de peixes exóticos.
Sinopse da
apresentação:
A
plataforma BioDiversity4All ficou online em Maio de 2010 e assumiu desde sempre
a missão de envolver cada vez mais pessoas com o conhecimento da
biodiversidade. Durante os primeiros 8 anos esteve associada ao projeto
holandês waarneming.nl. No verão de 2018 transitou e passou a estar ligada ao @iNaturalist.org
(projeto americano da @National Geographic e @California Academy of Sciences,
que recolhe dados para o mundo inteiro). Hoje em dia a plataforma nacional tem 349
219 observações de 11 508 espécies, feitas por 7 246 observadores e
validadas por 5 177 identificadores. A rede mundial tem 50 365 418 observações
de 294 252 espécies, feitas por 1 493 508 observadores e validadas
por 149 731 identificadores.
O
BioDiversity4All é, neste momento, a “casa” de mais de 120 projetos em
Portugal, sendo, alguns destes, internacionais. Muitos investigadores,
naturalistas, ONGAs, municípios, escolas têm visto nesta plataforma a
possibilidade de chegar a um conjunto mais alargado de cidadãos que, através do
BioDiversity4All, contribuem para o aumento do conhecimento científico. A
ligação ao iNaturalist.org permite que estes projetos passem a ter uma dimensão mundial. O
BioDiversity4All é membro fundador da European Citizen Science Association
(Associação Europeia de Ciência Cidadã) onde participa ativamente nos grupos de trabalho de
“Políticas, Estratégia, Governança e Parcerias”, “Boas Práticas na Realização
de BioBlitzes” e “Redes nacionais de Ciência Cidadã”.
Em 2015 o BioDiversity4All foi convidado a organizar um
BioBlitz no âmbito da Noite Europeia dos Investigadores. Durante 3 anos foi em
Monsanto, o BioBlitz Lisboa. Desde essa altura, a convite de municípios, ONGAs,
universidades e empresas já foram organizados 20 BioBlitzes em diferentes
ecossistemas e direcionados a diferentes grupos taxonómicos, com diferentes
objetivos, durações, formas de financiamento, mas sempre em parceria com investigadores
e naturalistas amadores. Para além destes, que envolveram a organização dos
eventos, muitos são os BioBlitzes que usam a plataforma como ferramenta online
de recolha de informação.
Jael Palhas
Investigador
do Centro de Ecologia Funcional, fazendo parte da equipa da plataforma
Invasoras.pt - Espécies invasoras em portugal. É Mestre em Ecologia
Aplicada e Licenciado em Eco-agroturismo. É também Dourorando em Ciências
Agrárias e Ambientais na Universidade de Évora onde se dedica a estudar a
conciliação entre a conservação da biodiversidade aquática e a produção de
arroz. As suas principais áreas de investigação são a Ecologia Aquática,
Hidrobotânica, Invasões Biológicas, Herpetologia e Interpretação do património
como ferramenta de Educação Ambiental.
Jóni Vieira
Arquitecto
paisagista licenciado pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto,
mestre em agricultura biológica pela Escola Superior Agrária de Ponte de Lima,
Instituto Politécnico de Viana do Castelo, trabalha na MONTIS desde 2018, e é o
actual coordenador técnico da associação. O seu percurso passou nomeadamente
pelo projecto LIFE BRIGHT, no Buçaco, projecto de controlo de invasoras.
Sinopse da
apresentação:
Ao longo dos três últimos anos a MONTIS vem a
materializar um programa de envolvimento da comunidade nos registos de
biodiversidade das propriedades que gere. A associação coloca as pessoas no
centro da sua actividade, no pressuposto de que não há melhor envolvimento
ou sensibilização do que a execução das tarefas na prática. Da mesma forma que
a MONTIS usa o voluntariado para envolver as pessoas em tarefas concretas de
gestão da biodiversidade, procura montar um programa de recolha de dados de
biodiversidade e resultados de gestão assente nos cidadãos. Estes registos
são uma importante base para a MONTIS poder perceber, a prazo, se a gestão que
faz tem ou não resultados positivos na gestão da biodiversidade. A Montis irá
apresentar o programa que vem a pôr em prática, os resultados mais relevantes,
e algumas ideias que vem a trabalhar recentemente dentro da temática.
Mais informações AQUI
Obrigado.
Até breve!
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