Borboletas, morcegos e anfíbios (parte 2)

Identificação acústica de morcegos e identificação por captura ou sonora de anfíbios, foram os objetivos do passeio da biodiversidade de Agosto na barragem de Santa Luzia, em Pampilhosa da Serra, com a colaboração do Laboratório de Ecologia Aplicada da UTAD

O percurso estava inicialmente previsto como circular mas, como fomos identificando, em redor da barragem, alguns pontos de água que achámos que poderiam ser interessantes para investigar mais tarde, optámos por ir e voltar pelo mesmo caminho. O passeio começou com a observação de alguma avifauna que se via na zona ao entardecer: identificámos algumas andorinhas-das-rochas (Ptyonoprogne rupestris)  juvenis e adultas a voar em redor das escarpas.


Parámos no miradouro do Vidual, para observarmos a paisagem, antes de chegarmos ao ponto-foco da atividade: a base da barragem de Santa Luzia. 

Com o sol a pôr-se, foi a altura ideal para começar a componente do passeio dedicada aos morcegos que começavam a aparecer para se alimentarem no ponto de água/vegetação do local. Depois de uma introdução à ecologia, morfologia e tipos de morcegos que existem em Portugal, agarrámos nos microfones acústicos, que gravam em tempo real as frequências sonoras dos morcegos e as "estendem" para que sejam audíveis por nós, e começámos a identificar algumas das espécies que iam aparecendo. Deixamos alguns dos áudios.

Hypsugo savii - morcego de savi

Nyctalus leisleri - morcego arborícola pequeno

Pipistrellus pipistrellus - morcego anão

E até detectámos espécies que conseguíamos ouvir sem auxílio dos microfones: Tadaria teniotis - morcego rabudo

Passado algum tempo do "jantar" deste mamíferos e com a sua actividade a diminuir, voltámos o nosso foco para outro grupo faunístico: os anfíbios.

Antes de começarmos a investigar nas charcas da zona, com a ajuda dos camaroeiras, para ver se conseguíamos capturar e ver algumas espécies, fizemos uma introdução semelhante à dos morcegos, sobre a ecologia, morfologia e espécies de anfíbios encontradas em Portugal. 

(fotografia cedida pelos monitor Paulo Barros)

Pelo concerto de coaxares que se fazia ouvir, era certo que estes vertebrados estavam nas redondezas, no entanto, não tivemos muito sucesso na busca de alguns indivíduos para analisarmos e ver de que espécies seriam. Mas como foi escrito no inicio, decidimos tentar a sorte nos pontos de água que fomos identificando como interessantes durante o percurso. 

Assim, numa poça de água junto à saída da barragem, conseguimos encontrar e ver vários girinos de rã-verde (Pelophylax perezi). 

Já com o passeio terminado, e no caminho de volta a casa, ainda conseguimos detectar um sapo-comum (Bufo spinosus) na estrada, algo que é frequente ver-se à noite. 

Parámos para lhe tirar umas fotografias e verificar algumas das características que o distinguem do sapo-corredor (Bufo calamita), como, por exemplo, a íris avermelhada que o sapo-comum tem enquanto que a do corredor é alaranjada.


E fica aqui um agradecimento aos participantes e à equipa do LEA/UTAD.

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