A abertura de um caminho no interior das
propriedades pode criar um corredor que permita que os animais se desloquem com
mais facilidade. Na gestão que fazemos procuramos sempre aumentar a diversidade
do mosaico de paisagem, e procuramos quebrar a monotonia quando ela existe.
Normalmente privilegiamos processos naturais, como o fogo (esperamos um dia
conseguir reunir as condições necessárias à utilização do pastoreio). Neste
caso o caminho aberto não tinha o objetivo de gerir mosaico de paisagem. Era
apenas uma forma de aceder ao interior da área gerida para a conhecer melhor,
mas acabou por produzir os resultados abaixo descritos.
Muitos animais têm comportamentos
crepusculares e/ou noturnos, e por isso a fotoarmadilhagem ajuda-nos a
detetá-los, sendo que a abertura deste caminho tem produzido bons e abundantes
registos.
No campo de trabalho internacional de
Agosto de 2020 colocámos pela 1ª vez uma câmara de fotoarmadilhagem na
propriedade de Soalheira, em Pampilhosa da Serra. A câmara foi colocada durante
cerca de 1 mês num caminho aberto pelos nossos voluntários, e neste espaço de
tempo registou a presença de vários mamíferos (ver aqui:
http://montisacn.blogspot.com/2020/12/surpresas-na-fotoarmadilhagem-de.html)
Voltámos a colocar uma câmara de fotoarmadilhagem neste caminho, entre fevereiro e abril deste ano, e voltámos a recolher várias observações. Todas as espécies de mamíferos que tínhamos observado o ano passado voltaram a ser detetadas na fotoarmadilhagem:
Martes foina (Fuinha)
Genetta
genetta (Gineta)
Vulpes vulpes (Raposa)
Capreolus capreolus (corço)
Sus scrofa
(Javali)
Diríamos que a contínua observação destas espécies ao longo do tempo é um bom indicador da qualidade e estabilidade do mosaico de paisagem. Continuaremos a monitorizar este local.
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