Recebemos no início de Setembro quatro voluntários que vão ficar connosco durante seis meses. O Marco (Itália), o Louis (França), o Jose (Espanha) e o Daniel (Alemanha) vão ficar alojados em Deilão durante este período, e irão dar apoio à gestão de Vieiro, e ainda uma mão em Costa Bacelo.
Esta semana fizemos um dia de trabalho de campo conjunto (técnicos e voluntários), que também serviu para reconhecimento da área e discussão das principais tarefas. Começamos por retomar alguns trabalhos de condução do pinhal que cresce na propriedade, que deu um salto no último ano.
Os nossos voluntários nas tarefas de desrame dos pinheiros |
Os nossos voluntários nas tarefas de desrame dos pinheiros |
É curioso ver os efeitos da deposição da vegetação no solo. No geral o solo da encosta onde se localiza o pinhal é pobre. E o local é inclinado. Ainda assim, como se vê na fotografia abaixo, nos locais onde os pinheiros ardidos e o material cortado pelos voluntários da MONTIS foi depositado, é possível ver um solo mais escuro, aparentemente com maior quantidade de matéria orgânica. Este é precisamente o efeito que pretendemos obter quando fazemos paliçadas ou gabiões nas linhas de escorrência: ajudar a sedimentação e a acumulação para investir na qualidade do solo a médio/ longo prazo. Nesta área de pinhal iremos dispor o material cortado dos desrames ao longo da encosta, de forma a que possa funcionar como barreira para acumulação de sedimentos.
Solo existente debaixo de um dos pinheiros caídos |
Vamos também aproveitar a actual época da bolota, que já abunda na propriedade e nas redondezas, e vamos espalhar algumas nas zonas mais altas e nuas das encostas, na esperança de obter alguma germinação de carvalhos que no futuro possam produzir bolotas que, por gravidade, contribuam para a regeneração da vegetação na encosta.
Após este trabalho ainda visitamos a zona inferior da propriedade. É visível sobretudo uma coisa: os efeitos da passagem dos voluntários do projecto LIFE VOLUNTEER ESCAPES ao longo dos três anos que estiveram com a MONTIS. Desde Janeiro de 2018 a Junho de 2021 fomos recebendo voluntários em Deilão, que trabalharam regularmente a propriedade de Vieiro. Quase não há um carvalho que não tenha sido sido conduzido em altura, ou que não tenha tido podas de formação. As hakeas (arbusto invasor) practicamente desapareceram da propriedade. Os núcleos das mimosas (acácias) estão bastante intervencionados, e apesar de estarem a expandir ligeiramente, há muitas árvores que secaram ou estão a secar devido aos descasques. Há centenas de plantações espalhadas por tudo o que é um canto de solo com mais água ou melhor qualidade de solo.
Desde 2018 Vieiro tem visto um aumento muito considerável da sua gestão. Mais do que pensamos na altura poder vir a fazer. Durante os próximos meses os nossos quatro novos voluntários vão dar continuidade a este trabalho. No futuro cá estaremos para avaliar os efeitos dessa gestão e tentar perceber o que correu bem, o que correu mal, o que evitar e o que repetir. Mas hoje, hoje é dia de semear bolotas.
Jóni Vieira
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