Quando visitámos pela primeira vez a propriedade agora sob gestão da MONTIS na Malveira, identificámos de imediato uma tarefa central para os planos de gestão desta área: o controlo de espécies invasoras. Dos seis hectares que compõem esta propriedade, cerca de 70% estão parcialmente ou totalmente cobertos espécies de flora invasora.
Resolvemos convidar a equipa das Invasoras.pt para se juntarem a nós num passeio pela propriedade, para nos darem uma ajuda na identificação das espécies existentes e das melhores estratégias para as controlar. No passado dia 27 de Novembro juntamos um grupo de nove participantes, incluindo técnicos, e percorremos a propriedade.
Ao todo identificámos 4 espécies com uma dispersão mais significativa, e pelas quais possivelmente começaremos a gestão das invasoras: a acácia de espigas (Acacia longifolia), a acácia negra (Acacia mearnsii), a erva das pampas (Cortaderia selloana) e a cana (Arundo donax).
Durante o percurso, com a observação da área de dispersão das invasoras pelas encostas da propriedade, discutimos algumas ideias para a sua gestão. Para o caso da acácia negra, o controle pode ser feito com as mesmas técnicas que a MONTIS já aplica à mimosa (Acacia dealbata): descasque de forma a esgotar as energias da raíz, e/ ou arranque pela raíz. Já a ervas das pampas, apesar de ainda aparecer de forma dispersa, ponderamos cortar os arbustos antes da época de floração, impedindo a dispersão das sementes. No caso das canas, está em vista a discussão de uma parceria com a junta de freguesia de Malveira, que estive presente no passeio, e com a CM de Mafra para a remoção das plantas existentes.
Quanto à acácia de espigas, ficamos a saber que existe perto da propriedade um ponto de libertação de Trichilogaster acaciaelongifoliae pela equipa das Invasoras.pt. Este pequeno insecto é um agente natural do controlo desta acácia, produzindo galhas nas gemas florais das plantas, reduzindo a produção de sementes. Tentaremos avaliar no próximo ano se as acácias da propriedade sob gestão da MONTIS apresentam galhas vindas da dispersão deste ponto de libertação. Caso não apareçam há a possibilidade de vir a fazer libertação dentro da nossa área de gestão.
Obrigada a todos pelo contributo nesta discussão. Os Planos de Gestão de 2022 para as propriedades da MONTIS contemplarão estas informações.
Margarida Silva
Comentários
Enviar um comentário