O título é o da atual campanha de crowdfunding (https://ppl.pt/montis), que tem inspiração no poema de Jorge de Sena "Carta a meus filhos sobre o fuzilamento de Goya":
"E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado,
como coisa que não é nossa,
que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias"
Este excerto traduz bem a motivação da MONTIS para comprar terrenos marginais, que não têm grande interesse de conservação, o custo da sua gestão é maior que o rendimento que pode proporcionar e, consequentemente, a gestão é abandonada, dando origem a situações que "não dão palha nem dão espiga".
O país tem milhares de hectares nesta situação e não sabe o que lhes fazer.
Se formos a tempo e tivermos recursos, tentaremos preparar estes terrenos para conviver melhor com o fogo, ao mesmo tempo que vamos promovendo os processos naturais. Se, em qualquer altura, houver a possibilidade de tirar algum rendimento destes terrenos, vamos canalizar esses recursos para mais ações de gestão em prol da conservação da natureza.
Ora nada disso se faz de um momento para o outro e sem recursos.
Dirão que se precisamos de vinte mil euros, não vão ser um ou dois euros que se possa contribuir que farão qualquer diferença. Na verdade, não é assim, e é aí que entram o tal euro ou dois: o meu euro não faz diferença por si, é verdade, mas o conjunto dos euros das pessoas de boa vontade podem muito bem ser suficientes para mostrar que há alternativas socialmente mais úteis para a gestão destas áreas.
As pessoas, as empresas (muitas vezes pequenas empresas), outras organizações, que estejam disponíveis para nos entregar um euro não o vão ter de volta mas, com tempo, podem ter a satisfação de ter de volta uma paisagem onde se sintam melhor.
E, já agora, ter algum benefício social associado aos donativos, ao abrigo da lei do mecenato (pode saber mais sobre isto aqui).
Pensem nisso, se realmente não valerá a pena arriscar um euro para cortar o nó górdio da falta de gestão destes terrenos.
É certo que com isso não mudámos o mundo, mas o resto é só o resto.
Apoiem em (https://ppl.pt/montis). Se não puderem doar, divulgem! A Natureza agradece, e a MONTIS também!
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