De 10 a 12 de abril, a MONTIS organizou a conferência “A primeira década da MONTIS - um olhar para o futuro”, enquadrada na celebração dos 10 anos da associação.
A última sessão da tarde de dia 12 de abril, e a última sessão da conferência, intitulada "E os próximos 10 anos?", teve um âmbito variado.
Começámos por apresentar o novo logo da MONTIS, um desafio que tínhamos lançado aos alunos da Escola Profissional de Vouzela, e que foi prontamente respondido. A Ana Clara Dias, a autora do novo logo, veio explicar-nos a sua proposta.
De seguida, o Henrique Pereira dos Santos, primeiro Presidente da Direção da MONTIS, destacou que o maior falhanço da MONTIS é ainda continuar na casa dos 400 sócios e que importa melhorar a ligação com sócios, parceiros e a sociedade. Sugeriu também que seria bom começar a inverter a proporção entre terrenos da MONTIS e terrenos de terceiros, ou seja, a MONTIS dar continuidade à aquisição de terrenos (o crowdfunding (https://ppl.pt/montis) da MONTIS para compra de terrenos está ainda a decorrer e precisamos muito da sua ajuda).
O Pedro Oliveira, segundo Presidente da Direção da MONTIS, estava fora do país, mas participou através de um vídeo. Relatou-nos as grandes dificuldades por onde a MONTIS passou, relacionadas, quer com alguns projetos de financiamento que não foram aprovados, quer com a situação de pandemia que trouxe grandes restrições ao desenvolvimento de atividades, algumas delas contratuais (por exemplo, o LIFE Volunteer Escapes). E descreveu o grande esforço que foi feito, com o apoio dos sócios, para refinanciar a MONTIS, e como é que a MONTIS se reinventou para chegar aos dias de hoje.
Henk Smit, Presidente da Direção da ATN - Associação Transumância e Natureza (agora Faia Brava), fez uma pequena descrição da associação e da sua estrutura de financiamento: subsídios, venda de produtos, serviços prestados e alianças internacionais. Destacou que por vezes estão tão focados na gestão interna que esquecem a sociedade o que não pode acontecer porque o contributo dos sócios é fundamental.
Domingos Leitão, então Diretor Executivo da SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, referiu ser muito importante para eles que haja outras associações a trabalhar nos serviços dos ecossistemas. Destacou também algumas semelhanças na evolução entre as duas associações (note-se que a SPEA festejou o ano passado os seus 30 anos). Acrescentou que têm cerca de 5 500 sócios, que muitos não pagam, mas que os que pagam são mais do que os da MONTIS, e que alguns dão outro tipo de contributos: “uma pessoa que dá um dia à SPEA vale mais do que uma quota de sócio”.
Luís Lopes, atual Vice-presidente da Direção da MONTIS mostrou a lógica de funcionamento da MONTIS, cuja visão e missão têm como ponto central a gestão de terrenos. De modo a atingir esses objetivos é importante compatibilizar as componentes, tais como o voluntariado (nas suas várias formas), atividades diversificadas, comunicação direta e transparente, a promoção e manutenção de uma rede de parceiros, sensibilização e educação ambiental e, claro, os sócios. Por fim, e relacionando com as intervenções dos oradores anteriores, todos estes aspetos contribuem globalmente para a sustentabilidade financeira da associação e por isso todos eles têm que ser tidos em conta em maior ou menor escala.
Nuno Banza, Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) deu-nos a honra de encerrar este evento tão importante para a MONTIS. Destacou a importância de incentivar o associativismo em defesa do ambiente que, na sua perspetiva, tem vindo a declinar, num paralelo com o aumento da abstenção. As associações de defesa do ambiente estavam muito envolvidas em grupos de trabalho, coordenados por voluntários, mas registou-se também um retrocesso no seu envolvimento em políticas e projetos, incluindo por falta de chamada, por parte do Estado, para esse envolvimento. Como ideias para o futuro destacou o interesse em voltar a pôr o cidadão em contacto com o mundo natural, mas também o interesse do Estado em voltar a envolver as associações, por exemplo, contratualizando ONG para apoiar as necessidades do Estado e apoiando a contrapartida nacional de projetos LIFE (esta componente será pela primeira vez elegível para as ONG de ambiente, através de uma colaboração entre o ICNF e o Fundo Ambiental).
Com esta sessão ficaram claras as dificuldades que vão atravessando as ONG de Ambiente ao longo da sua existência, mas também a sua importância para um futuro que privilegie a conservação da natureza e da biodiversidade. E que nesse futuro é muito relevante um crescente envolvimento da sociedade, através de parcerias, de voluntariados e outras atividades e de comunicação e sensibilização, visando “produzir biodiversidade através de uma gestão sustentável do património natural, participada, transparente e aberta a todos”. E onde o papel dos sócios é cada vez mais significativo.
E ainda vai a tempo de contribuir para o fundo exclusivo "Nos cumpre tê-lo com cuidado" que estamos a criar para a compra de terrenos. Para já, e até às 18h de 7 de junho, através da correspondente campanha de crowdfunding https://ppl.pt/montis.
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