O título do post é de Sophia de Mello Breyner e é uma boa forma de dizermos o que queremos com esta campanha de crowdfunding em que estamos empenhados: ligar o pensamento à mão em matéria de conservação da natureza.
Gerir, mas gerir envolvendo as pessoas, trazendo mais braços, é certo, mas mais cabeças, mais pensamento, mais informação, mais inteligência e mais a experiência de cada um.
No Sábado passado o voluntariado permitiu mais um passinho, mas o melhor mesmo é deixar falar quem lá esteve e depois se deu ao trabalho de nos transmitir o que pensou sobre o assunto, para nos ajudar a pensar no futuro.
“…
venho manifestar-vos a minha satisfação em ter conhecido (finalmente) os
terrenos da Montis e participado numa sessão de voluntariado que além da chuva,
teve boa companhia e muito encanto.
Enviei
um link com algumas das fotografias que fiz e agora envio também algumas
considerações e sugestões.
Confesso
que as condições meteorológicas me impediram apreciar devidamente a paisagem e
até mesmo ver muito além do caminho que estávamos a ampliar, pelo que estas
considerações são feitas desde uma visão parcial…
…
1.
O caminho ampliado no sábado permite aceder a vários lugares lindíssimos onde
se vê o rio e vários carvalhos imponentes, mas...
2.
… Eventualmente seria conveniente proporcionar informações específicas sobre
aspectos de interesse, cuidados a ter em conta em função dos níveis de
dificuldade e lembrar as condições para um impacto zero (ou quase).
3.
O facto de não dispor de equipamento adequado para cortar os ramos maiores que
dificultavam a passagem tem algumas consequências, que podem ser resolvidas
usando pontualmente uma motoserra:
a)
alguns tocos de ramos de arbustos continuam no meio do caminho e podem levar a
tropeços (seria bom cortá-los rente ao chão);
b)
alguns arbustos e árvores ficaram com ramos estilhaçados (não tenho a certeza
se esta é a palavra mais precisa...) e podem ficar mais suscetíveis de ataques
por fungos ou insetos (com um corte limpo é mais fácil que a planta cicatrize
mais rápido).
c)
arrancaram-se muitos ramos, galhos e folhas de dimensões grandes e médias que
uma vez secos podem aumentar o risco de incêndio no verão (cortados ao pedaços,
podem decompor-se e integrar-se mais rápidamente ao solo). …
4.
Vi que alguns parques aproveitam os ramos cortados para delimitar os dois lados
dos caminhos. Isso concentra a pressão das pisadas no caminho e diminui a
pressão nas áreas de bosque adjacentes.
5.
Os dias de chuva são magníficos para fotografar e identificar briófitas,
líquens, etc. Sugiro alguma excursão com especialistas em dias húmidos ;-)
…"
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