De vez em quando recebemos, com pena, mails como aquele de que retirei o título deste post.
Neste caso a razão para o pedido era bem explícita "não percebo muito bem a vossa parceria coma ALTIS..".
A questão levantada pela nossa então sócia é uma questão que tem merecido uma longa discussão, mesmo entre membros dos orgãos sociais da Montis, o que não admira, sendo uma discussão clássica do movimento ambientalista: até onde pode haver acordos com agentes económicos de cujas práticas se discorda?
Até agora tem prevalecido na Montis, e assim será enquanto a maioria dos sócios assim quiser, a ideia de que:
1) num sistema globalizado e complexo é muito difícil separar alguns agentes económicos de outros (por exemplo, não existem relações com empresas poluentes, mas podem existir com os seus accionistas, ou com fundações com objectivos de conservação que sejam apoiadas por essas empresas?)
2) para haver convergência em coisas práticas não é preciso estarmos de acordo em tudo.
O nosso acordo com a ALTRIS é simplicíssimo: a ALTRIS cede à Montis a gestão de áreas de conservação em terrenos seus, sem contrapartidas de parte a parte.
Na fotografia da foz do Paivô que vemos no início do post a linha de separação é muito, muito clara: no canto inferior direito onde está a ponta de um dos terrenos envolvidos no acordo, há uma área de eucalipto, gerida integralmente pela ALTRI (e que terá ardido este ano) e logo acima, até ao rio Paiva, está a área de conservação, integralmente gerida pela Montis (que ardeu este ano, com excepção da magnífica galeria ripícola de que podemos ver um aspecto em baixo, fotografia do SOS rio Paiva).
As pessoas que têm a amabilidade de nos contactar para deixarem de ser sócios, seja pelas razões que forem, merecem-nos um imenso respeito. Neste caso, houve o cuidado de responder por mail sobre a natureza do acordo, para além de um telefonema no mesmo sentido, sem que fosse questionada a vontade de deixar a associação, para grande pena nossa.
Continuamos convencidos de que todos ganhamos em haver mais terrenos geridos com objectivos de conservação e não vemos qualquer vantagem em perder a oportunidade de contribuir para isso por causa da natureza dos donos dos terrenos, desde que a Montis tenha inteira liberdade de gestão dos terrenos, como é o caso.
Esperamos por isso ter oportunidade de anunciar brevemente mais um acordo de gestão de terrenos, com uma entidade de outras natureza, e com certeza ficamos contentes por outras organizações de conservação estarem também a usar o crowdfunding para compra de terrenos.
Seria bom ter cada vez mais gente e organizações disponíveis para sair das suas trincheiras e fazer trabalho conjunto, dentro da divergência e sem necessidade de ceder nas ideias de cada um e de cada organização.
Neste caso a razão para o pedido era bem explícita "não percebo muito bem a vossa parceria coma ALTIS..".
A questão levantada pela nossa então sócia é uma questão que tem merecido uma longa discussão, mesmo entre membros dos orgãos sociais da Montis, o que não admira, sendo uma discussão clássica do movimento ambientalista: até onde pode haver acordos com agentes económicos de cujas práticas se discorda?
Até agora tem prevalecido na Montis, e assim será enquanto a maioria dos sócios assim quiser, a ideia de que:
1) num sistema globalizado e complexo é muito difícil separar alguns agentes económicos de outros (por exemplo, não existem relações com empresas poluentes, mas podem existir com os seus accionistas, ou com fundações com objectivos de conservação que sejam apoiadas por essas empresas?)
2) para haver convergência em coisas práticas não é preciso estarmos de acordo em tudo.
O nosso acordo com a ALTRIS é simplicíssimo: a ALTRIS cede à Montis a gestão de áreas de conservação em terrenos seus, sem contrapartidas de parte a parte.
Na fotografia da foz do Paivô que vemos no início do post a linha de separação é muito, muito clara: no canto inferior direito onde está a ponta de um dos terrenos envolvidos no acordo, há uma área de eucalipto, gerida integralmente pela ALTRI (e que terá ardido este ano) e logo acima, até ao rio Paiva, está a área de conservação, integralmente gerida pela Montis (que ardeu este ano, com excepção da magnífica galeria ripícola de que podemos ver um aspecto em baixo, fotografia do SOS rio Paiva).
As pessoas que têm a amabilidade de nos contactar para deixarem de ser sócios, seja pelas razões que forem, merecem-nos um imenso respeito. Neste caso, houve o cuidado de responder por mail sobre a natureza do acordo, para além de um telefonema no mesmo sentido, sem que fosse questionada a vontade de deixar a associação, para grande pena nossa.
Continuamos convencidos de que todos ganhamos em haver mais terrenos geridos com objectivos de conservação e não vemos qualquer vantagem em perder a oportunidade de contribuir para isso por causa da natureza dos donos dos terrenos, desde que a Montis tenha inteira liberdade de gestão dos terrenos, como é o caso.
Esperamos por isso ter oportunidade de anunciar brevemente mais um acordo de gestão de terrenos, com uma entidade de outras natureza, e com certeza ficamos contentes por outras organizações de conservação estarem também a usar o crowdfunding para compra de terrenos.
Seria bom ter cada vez mais gente e organizações disponíveis para sair das suas trincheiras e fazer trabalho conjunto, dentro da divergência e sem necessidade de ceder nas ideias de cada um e de cada organização.
Os meus parabéns. Este post demonstra, para além de honestidade, inteligência. É assim que se constrói a credibilidade de uma entidade como a MONTIS.
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