Brevemente vamos ter fogo controlado no baldio de Carvalhais

Na passada quarta-feira, dia 10 de Outubro, depois de terminada a atividade de voluntariado corporativo em parceria com a Plantar uma Árvore, com um grupo da DHL, voltámos ao baldio de Carvalhais para avaliar o desenvolvimento da área onde fizemos o fogo controlado de Fevereiro de 2018, e para fazer reconhecimento da área que iremos queimar nos próximos meses.
Já durante a manhã, bem cedo antes da actividade, tínhamos estado sensivelmente no meio da propriedade, em pleno giestal, para nos depararmos com uma boa surpresa: foi possível avistar e ouvir 3 gaios aparentemente bastante atarefados nesta zona onde quase não há árvores (apenas um ou outro pinheiro muito pontual).

A área do 2ºfogo controlado e a paisagem vista do baldio de Carvahais

Os trabalhos de preparação do próximo fogo controlado, 3º a realizar pela Montis no baldio de Carvalhais, começaram nos últimos meses com a abertura da última faixa de contenção prevista no plano de fogo controlado. Este fogo acontecerá na área imediatamente a Leste do fogo de Fevereiro, e pelo que nos foi possível verificar no local, trará boas oportunidades de gestão. Nesta visita de reconhecimento subimos esta faixa de contenção, que se revelou um percurso bastante duro pela inclinação do terreno e obstáculos rochosos.

Trabalhos de abertura da faixa de contenção

A paisagem da área onde iremos realizar o próximo fogo controlado é dominado por matos, à semelhança dos 100 ha de baldio que estamos a gerir, nomeadamente com giesta e urze, sendo possível encontrar pontualmente alguns pinheiros e salgueiros. Os salgueiros denunciam a existência de várias linhas de água, que confirmamos no local, algumas delas muito próximas ou mesmo em cima da faixa de contenção, e apesar da falta de água dos últimos meses, aqui era possível ouvir água a escorrer. Parece-nos que após o próximo fogo controlado será possível dar início a um conjunto de trabalhos de restauro ecológico a partir das galerias ripícolas desta área. Trabalharemos neste restauro assumindo-o como um bom ponto de partida para o estabelecimento de bosquetes autóctones potenciando-se a biodiversidade do baldio, à semelhança do que temos feito na restante propriedade. Esta área será até agora a de mais difícil acesso dentro das áreas que temos trabalho nesta propriedade, sobretudo pela exigência física, mas garantimos que as vistas são mesmo muito boas.

O giestal das margens da faixa de contenção

Apesar da dificuldade da subida, a chegada ao topo da faixa de contenção compensou uma vez que encontrámos um carvalho com cerca de 2 m de altura, primeiro e único tanto quanto nos apercebemos ao longo do percurso, situado junto a uma pequena baixa de montanha, onde há disponibilidade de água e uma maior densidade de salgueiro juntamente com algum pinheiro. Neste local os matos são mais rasteiros e as árvores existentes mais destacadas, pelo que acreditamos que com o fogo este será um dos pontos mais interessantes para dar início aos trabalhos de restauro, com a recuperação das linhas de água e o restabelecimento de bosquetes de autóctones. A área é acessível com uma carrinha 4x4, o que facilitará a realização de voluntariados.

Área envolvente do topo da faixa de contenção, com salgueiral e alguns pinheiros

Continuámos o percurso pelo limite superior da área sob gestão da Montis e descemos pela faixa de contenção que divide as áreas do 2º e 3º fogos. A área queimada continua a recuperar muito rapidamente, sobretudo onde há mais solo e água. Deitámos ainda um olho às árvores plantadas e estacarias realizadas no início do ano. Apesar de não ser possível ainda analisar a taxa de sobrevivência das mesmas, deparamo-nos com bastantes carvalhos, amieiros, salgueiros e alguns sabugueiros plantados que sobreviveram às condições exigentes deste Verão. As estacas parecem ter sido menos bem sucedidas, mas teremos que refazer essa avaliação na próxima primavera, uma vez que a nossa experiência com as estacarias de salgueiro já nos diz que apenas na primavera que se segue à instalação é possível ver o que realmente sobrevive ou não. Geralmente há surpresas.

A faixa de contenção entre o 2º e o 3º fogo controlado e o Jóni ao fundo

Apesar de durante o Campo de Trabalho Internacional de 2018 se ter feito manutenção à faixa de contenção que está na figura acima, há já alguns locais que necessitam de uma ligeira manutenção antes do próximo fogo controlado.
Terminámos a visita aproveitando para preparar futuras ações de voluntariado que ocorrerão nesta propriedade, na zona do 2ºfogo controlado.

Jóni e Rita

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