A primeira apresentação do colóquio: Paisagem em Movimento, pelo João Adrião, levou-nos a explorar a Serra do Açor. Podem consultar a apresentação completa AQUI e deixamos abaixo um pequeno resumo do João Adrião sobre este tema.
"Entre o Alva e o Zêzere, entre a Estrela e a Lousã, até ao alto dos seus 1 418 m (ponto de xisto mais elevado do país), esta é a Serra do Açor.
Sem uma história para contar, a paisagem da serra foi entendida como um exemplo da degradação humana recente, da qual sobrava um oásis, a Margaraça. Todavia, pistas científicas recentes, que nos levam a viajar pela quarta dimensão (o tempo), remetem-nos para um passado distinto, que as negligenciadas lendas locais – de feras, de tesouros e de mouras encantadas – já sugeriam. Com efeito, as atividades humanas são multi-milenares, e mesmo antes dos seus vestígios locais, tanto o que se sabe hoje da cultura humana como da própria ecologia serrana (dos endemismos dos matos aos bosques terciários de Azereiros), deixam antever esta, como uma paisagem característica e resiliente.
De facto, as descrições do passado (mais – Plínio, Estrabão, já há milénios – ou menos recuadas - Padre Luiz Cardoso, Link, Rivoli e Barros Gomes, nos últimos séculos), de altas serras cobertas de mato, com verde (bosques e agricultura) pelas abas, mantêm-se atuais. Mas... E o oásis? Com génese numa herdade romana, e durante séculos um souto da igreja, que depois foi confiscado, vendido e renacionalizado e transformado numa importante reserva natural, a Margaraça é um excelente exemplo não de destruição mas de construção humana.
E hoje, num contexto de abandono, de terras sem destino, é uma inspiração para a MONTIS que lhes procura dar um futuro, olhando à valorização do capital natural (e os terrenos que a associação quer trabalhar com o envolvimento de todos têm elevado potencial) como uma oportunidade."
João Adrião
Se quiser contribuir para esta valorização do capital natural que a MONTIS quer empreender veja como em https://ppl.pt/montis.
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