Os terrenos em causa (ou parte deles) numa fantástica fotografia de João Cosme
Os posts deste blog raramente são assinados. Este será um
dos casos raros, porque me vincula a mim, mesmo como presidente da Montis, mais
que à globalidade da associação.
A campanha de subscrição pública para compra de terrenos que
lançámos (e que continua por mais uma semana aqui: http://ppl.com.pt/pt/prj/sermos-donos-disto-tudo) está já em mais de 100% do
objectivo, ou seja, pode considerar-se como tendo tido êxito.
Independentemente do esforço que faremos ao longo desta
semana para que esse êxito seja o maior possível, abrindo caminho para
projectos futuros não só da Montis, mas de outras organizações dedicadas à
conservação da natureza, pareceu-me que seria justo fazer agora alguns
agradecimentos a quem contribuiu para que este resultado tenha sido possível.
Em primeiro lugar queria agradecer aos críticos das opções
feitas. A crítica, às vezes profunda, às opções da Montis em geral, às opções
por esta solução para a compra dos primeiros terrenos da Montis e mesmo à
prioridade quase absoluta dada à compra de terrenos nesta fase inicial da
Montis, foi fundamental para que fizéssemos opções mais ponderadas, que dessem
melhores respostas às dificuldades apontadas, que ajudassem a criar confiança,
a base essencial para que a associação seja viável. E ajudou-nos também a
valorizar mais a divergência, para que não nos deixemos ficar em
posições cómodas e fáceis. Por vezes pagou-se um preço elevado na degradação de
relações pessoais mas, estritamente do ponto de vista da associação e da
campanha para a compra de terrenos, ganhou-se muito com esta crítica que nos
obrigou a fazer melhor;
Em segundo lugar um agradecimento aos mais de duzentos
doadores, aos muitos mais que se entusiasmaram com a campanha e a divulgaram e
aos que ainda vão fazer crescer a campanha até ao fim. O entusiasmo que vi em
muitos comentários (os públicos e os privados), a disponibilidade para dar, a
confiança numa associação que, objectivamente, até agora não fez nada, foi
muito bom. Contar com as pessoas foi a decisão mais certa que tomámos logo nas
definições iniciais do que se pretenderia com a associação e esperamos que o
principal resultado da campanha seja mesmo a nossa capacidade para contar com
mais gente, no futuro;
Em terceiro lugar, um grande agradecimento ao João
Rodrigues, o nosso estagiário escolhido num processo aberto e público, com base
num anúncio que prometia pouco pagamento e muitas obrigações. A campanha teria
sido muito, mas muito mais difícil sem a sua atenção permanente,
disponibilidade e rapidez de resposta às pessoas. Sim, é o seu trabalho, é pago
para isso e tem essa obrigação, mas não só cumpriu exemplarmente as obrigações,
como esteve sempre disponível muito para lá das suas obrigações. Sempre
tranquilo e satisfeito, acreditando mais no êxito da campanha que qualquer um
de nós;
Jornalistas, blogs, organizações que, sem qualquer interesse
ou ligação à Montis, se interessaram por saber o que estávamos a fazer e nos
ajudaram, quer divulgando, quer perguntando, quer organizando uma iniciativa
aqui ou participando noutra acolá, quer mesmo contribuindo com doações. Um
grande, grande obrigado;
Bem-haja aos que inventaram soluções e iniciativas (desde a
página de facebook da organização, até aos certificados de “co-propriedade”) que
foram grande parte do êxito da campanha. Grande parte do que planeámos falhou,
e grande parte do que funcionou melhor veio das sugestões que nos foram sendo
feitas já durante o processo. Muito obrigado por nos darem ideias e, nalguns
casos, por nos ajudarem a concretizá-las, como quando alguém se oferece para
desenhar o certificado;
Agradeço aos que nos foram dizendo que se estivéssemos em
risco de morrer na praia, sempre poderiam fazer um esforço final. Obrigado
pelas noites de sono tranquilo quando o tempo começou a passar e o fluxo
inicial de entrada de doações a diminuir. É sempre bom saber que está uma rede
por baixo, quando se resolve correr riscos no trapézio. É certo que a rede
tinha limitações, nada estava garantido, mas ajuda muito saber que em caso de
necessidade, se não estivéssemos muito longe do objectivo, haveria alguma disponibilidade adicional de
reserva;
E obrigado aos membros dos órgãos de gestão da Montis
(Direcção, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia Geral), sempre presentes,
naturalmente mais uns que outros, e sempre a puxar pela carroça.
henrique pereira dos santos
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