A fotogradia é de Jorge Moreira, um dos sócios que estiveram na Assembleia Geral e na acção de gestão do carvalhal que comprámos. Aqui íamos a caminho para o trabalho.
A
Montis fez um ano, e festejou-o da melhor maneira: uma visita ao carvalhal
comprado com a ajuda de quase 300 pessoas (a maioria das quais o fizeram com
vontade de serem donos daquilo tudo), com podões, machados e tesouras de poda
para abrir caminho e uma clareira que dê para descansar, fazer um picnique, e
quem sabe, uma noite de bivaque para acordar no meio da natureza (somos animais
de clareira, não esquecer); um almoço de arroz de feira acompanhado de uma
salada de merugem ou meruge (de seu nome latino Stellaria media, aparentada em
gosto à urbana, cultivada e francesa cressonnette); uma AG em que tudo foi
aprovado por unanimidade e com muito gosto.
E
agora, José? Vários e grandiosos projectos, alguns deles com contratos já na
calha para serem assinados entre as partes, e para os quais é preciso o que
sempre defendemos: massa crítica de gente que acredite neste projecto, que
esteja disposta a pagar as quotas que garantem a sua sustentabilidade, que não
se importe de pegar num podão ou numa faca de mata de vez em quando para
assegurar o espaço suficiente para nós, humanos, e para as espécies que mais
prezamos (as de crescimento lento, que deixam viver as outras, que parecem
estar bem onde estão sem esforço mas também sem necessidade de tomar o espaço
todo).
Para
isso precisamos de sócios, sócios a sério, que considerem que 20 euros por ano
não é um preço muito alto a pagar para que um carvalhal amadureça, que a beira
dum rio não seja afogada por plantas invasoras, que uma paisagem de mato
rasteiro e pedras possa ser visitada por quem nunca sentiu o vento do alto da
serra a bater-lhe na cara e nunca viu um horizonte tão amplo que pensa ver o
mar lá ao longe.
A
campanha de crowdfunding com que a Montis arrancou quase esgotou o capital
social dos seus sócios iniciais. É a vez de o segundo e terceiro anel se
envolver e procurar chegar a todos os seus amigos e conhecidos que talvez
adiram a este projecto se souberem da sua existência: os que amam a natureza;
os que se preocupam com a sustentabilidade do planeta; os que têm conhecimentos
de ecologia; os que não se imaginam a trabalhar num escritório; os que gostam
de fazer caminhadas por paisagens diferentes; os que sonham em acordar de manhã
com a estrela do pastor a brilhar sobre a cabeça; os que querem ensinar aos
seus filhos o respeito pelos seres vivos que os rodeiam; os que se sentam em
êxtase a contemplar as formas bizarras que as rochas assumem; os que gostam da
ideia de arregaçar as mangas e tomar conta das coisas, como a "quem lhe
dói a fazenda". Os que amam Portugal, de perto ou de longe.
Temos
311 sócios neste momento. 2000 é o número de que precisamos para ser uma
Organização Não Governamental de Ambiente de âmbito nacional, 750 garantiria o
pagamento dum ordenado. Lá chegaremos. Entre uma coisa e outra está o empenho
de cada um de nós em angariar 1, 2, 3 sócios que estejam dispostos a pagar para
que a Montis funcione de forma independente e autónoma, em prol da conservação
da natureza tal como a entendem os seus associados:
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