Dois meses depois do fogo, apenas com um ou dois dias de chuva entretanto (a que se soma o orvalho e os nevoeiros dos últimos dias), são ainda ténues, mas visíveis, os sinais de que queimar e morrer não são sinónimos nos sistemas naturais.
Bolbosas a quem o fogo poupa os bolbos, carqueja a quem o fogo queima a parte aérea mas não afecta a raiz dão claros sinais do que serão as áreas ardidas no fim da próxima Primavera.
Não é possível saber como vai evoluir cada metro quadrado de área ardida, o número de factores é imenso, desde o que lá estava no momento do fogo, ao tempo de residência da chama (isto é, quanto tempo demorou o fogo a passar naquele ponto em concreto), à temperatura do fogo, à humidade que retém aquele solo, aos nutrientes que o fogo tornou disponíveis para as plantas que por baixo desta camada preta continuam vivas, ou para as raízes que as sementes que ali estão irão criar a partir da germinação, enfim, há dezenas de factores a influenciar o rumo que vai tomar a recuperação.
Dentre esses factores, um, pelo menos, diz respeito ao futuro: se as primeiras chuvas tiverem um carácter torrencial há um maior arrastamento de nutrientes, se durante dias cair uma morrinha de chuva molha tolos, há menor arrastamento, a que se somam a temperatura e, por exemplo, se há ou não gado (mas também animais selvagens, desde os invertebrados aos maiores predadores) por ali.
Mesmo quando se fala em arrastamento de nutrientes é bom não esquecer que, numa paisagem, tanto existem zonas que perdem solo, onde há erosão, como zonas que acumulam solo. Nesta fotografia podemos ter uma ideia, olhando para a vigorosa resposta dos fetos à qualidade do solo e maior humidade das baixas.
É exactamente para acompanhar estes processos, conversar sobre eles, que a Montis vai iniciar em Novembro os passeios do fogo, sempre por áreas ardidas este ano na Freita e Arada, sempre com alguém que saiba do assunto, que o estudo, que intervenha no território com fogo, que o conheça como a generalidade de nós não o conhece.
O primeiro será já em Novembro, na serra da Freita, o guia será Manuel Rainha e temos esperança de que seja uma iniciativa produtiva, útil, simpática e divertida.
Apareçam, mesmo com chuva vai vale a pena. Só cancelamos se estiver um nevoeiro cerrado, porque absorvemos o comentário do João Miguel sobre as condições meteorológicas para as actividades da Montis: não há mau tempo, o que há é gente mal vestida para o tempo que está.
As fotografias são do Luís Lopes, tiradas com o telemóvel, quando preparávamos as oficinas de engenharia natural que vamos fazer (a primeira, no baldio da Ameixieira, está marcada para 3 e 4 de Dezembro, a segunda, no baldio de Carvalhais, vai ser no princípio de Janeiro).
Bolbosas a quem o fogo poupa os bolbos, carqueja a quem o fogo queima a parte aérea mas não afecta a raiz dão claros sinais do que serão as áreas ardidas no fim da próxima Primavera.
Não é possível saber como vai evoluir cada metro quadrado de área ardida, o número de factores é imenso, desde o que lá estava no momento do fogo, ao tempo de residência da chama (isto é, quanto tempo demorou o fogo a passar naquele ponto em concreto), à temperatura do fogo, à humidade que retém aquele solo, aos nutrientes que o fogo tornou disponíveis para as plantas que por baixo desta camada preta continuam vivas, ou para as raízes que as sementes que ali estão irão criar a partir da germinação, enfim, há dezenas de factores a influenciar o rumo que vai tomar a recuperação.
Dentre esses factores, um, pelo menos, diz respeito ao futuro: se as primeiras chuvas tiverem um carácter torrencial há um maior arrastamento de nutrientes, se durante dias cair uma morrinha de chuva molha tolos, há menor arrastamento, a que se somam a temperatura e, por exemplo, se há ou não gado (mas também animais selvagens, desde os invertebrados aos maiores predadores) por ali.
Mesmo quando se fala em arrastamento de nutrientes é bom não esquecer que, numa paisagem, tanto existem zonas que perdem solo, onde há erosão, como zonas que acumulam solo. Nesta fotografia podemos ter uma ideia, olhando para a vigorosa resposta dos fetos à qualidade do solo e maior humidade das baixas.
É exactamente para acompanhar estes processos, conversar sobre eles, que a Montis vai iniciar em Novembro os passeios do fogo, sempre por áreas ardidas este ano na Freita e Arada, sempre com alguém que saiba do assunto, que o estudo, que intervenha no território com fogo, que o conheça como a generalidade de nós não o conhece.
O primeiro será já em Novembro, na serra da Freita, o guia será Manuel Rainha e temos esperança de que seja uma iniciativa produtiva, útil, simpática e divertida.
Apareçam, mesmo com chuva vai vale a pena. Só cancelamos se estiver um nevoeiro cerrado, porque absorvemos o comentário do João Miguel sobre as condições meteorológicas para as actividades da Montis: não há mau tempo, o que há é gente mal vestida para o tempo que está.
As fotografias são do Luís Lopes, tiradas com o telemóvel, quando preparávamos as oficinas de engenharia natural que vamos fazer (a primeira, no baldio da Ameixieira, está marcada para 3 e 4 de Dezembro, a segunda, no baldio de Carvalhais, vai ser no princípio de Janeiro).
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