No dia 2 de Janeiro, depois de amanhã, tomam posse os novos orgãos sociais da Montis.
Graças à feliz disposição estatutária que impede o exercício de mais de dois mandatos seguidos no mesmo órgão social (pessoalmente preferiria que os estatutos fossem mais longe e impedissem o exercício de qualquer cargo ao fim de dois mandatos em qualquer dos órgãos sociais, mas os sócios decidiram de outra maneira) desde há muito que era certo que eu deixaria de ser o presidente da Montis.
Com as eleições deste Dezembro, cabe agora o Pedro Oliveira (por vezes também conhecido por Pedro Portela) carregar o barco às costas.
No gráfico acima, que traduz a evolução de sócios da Montis - a Montis só contabiliza sócios com quotas pagas, todos os anos retirando dos seus registos os que, por uma razão ou outra, deixaram de pagar as suas quotas, daí os ressaltos negativos do gráfico - falta ainda uma perda final de sócios cuja dimensão exacta não é possível saber, já que estou atrasado no envio do mail em que formalizo a indicação de que há quotas em atraso, condição indispensável para a exclusão posterior.
Frequentemente há sócios que regularizam a situação e por isso é possível saber quantas quotas de 2018 estão em atraso, mas não quantas estarão por pagar 60 dias depois do mail que tenho ainda de mandar a todos.
Ainda assim, dos resultados das minhas duas presidências da Montis, este gráfico é o que me dá mais prazer: uma associação que sem ter inimigos externos que mobilizem as pessoas, sem se envolver nas grandes (e necessárias) discussões sobre nenhuma das políticas de sustentabilidade, sem nenhuma figura mediática, sem fazer números de circo, ainda assim, tem uma entrada, lenta, é certo, mas constante, de sócios que compensa a inevitável saída de outros.
Estamos ainda muito longe dos 750 sócios que desde o princípio estabelecemos como objectivo que nos permitia pagar um secretariado que assegurasse a independência da Montis, quer dos projectos, quer de patrocinadores, mas os mais de 400 sócios representam uma boa base para o futuro.
Infelizmente deixo em herança ao Pedro uma situação financeira muito frágil.
Ao corrermos o risco que outras associações mais estruturadas e com muito mais recursos recusaram - coordenar um grande projecto LIFE de voluntariado desenhado, em grande medida, por Luis Jordão - acabámos por cair na situação que desde o princípio queríamos evitar: ter uma estrutura que é excessiva face aos recursos que até agora conseguimos mobilizar.
Mas como desde o princípio correr riscos tem sido o que a Montis tem feito sistematicamente, vamos concentrar-nos em ultrapassar as dificuldades financeiras que se prevê que existam a meio de 2020, se nada se alterar até lá, sem perder o Norte e a coerência estratégica, isto é, primeiro os sócios, depois a gestão de terrenos com objectivos de biodiversidade e, só em terceiro, a estabilidade e conforto interno.
Até agora penso que a Montis tem valido a pena, tenho pena de ter feito algumas asneiras mas tenho muito gosto em ter havido tanto apoio de tanta gente.
Boa sorte Pedro, e muito obrigado aos que estiveram nos órgãos sociais, por mais ou menos tempo, aos que se empenharam mas chegaram à conclusão de que já não se reconheciam na Montis - as organizações que dependem essencialmente dos seus sócios evoluem de forma bastante autónoma em relação ao que cada um de nós pensa que seria o melhor caminho, a democracia é assim -, aos técnicos que têm carregado a Montis às costas, em situações mais prazenteiras, mas também quando as coisas correm mal, ou falta o dinheiro, ou a direcção funciona mal.
Vamos lá aos próximos três anos que, no contexto geral do movimento conservacionista em Portugal, a Montis não é nem inútil, nem irrelevante, a coisa vai e com certeza vamos continuar a fazer umas coisas erradas e outras bem catitas.
É por causa destas que vale a pena.
henrique pereira dos santos
Graças à feliz disposição estatutária que impede o exercício de mais de dois mandatos seguidos no mesmo órgão social (pessoalmente preferiria que os estatutos fossem mais longe e impedissem o exercício de qualquer cargo ao fim de dois mandatos em qualquer dos órgãos sociais, mas os sócios decidiram de outra maneira) desde há muito que era certo que eu deixaria de ser o presidente da Montis.
Com as eleições deste Dezembro, cabe agora o Pedro Oliveira (por vezes também conhecido por Pedro Portela) carregar o barco às costas.
No gráfico acima, que traduz a evolução de sócios da Montis - a Montis só contabiliza sócios com quotas pagas, todos os anos retirando dos seus registos os que, por uma razão ou outra, deixaram de pagar as suas quotas, daí os ressaltos negativos do gráfico - falta ainda uma perda final de sócios cuja dimensão exacta não é possível saber, já que estou atrasado no envio do mail em que formalizo a indicação de que há quotas em atraso, condição indispensável para a exclusão posterior.
Frequentemente há sócios que regularizam a situação e por isso é possível saber quantas quotas de 2018 estão em atraso, mas não quantas estarão por pagar 60 dias depois do mail que tenho ainda de mandar a todos.
Ainda assim, dos resultados das minhas duas presidências da Montis, este gráfico é o que me dá mais prazer: uma associação que sem ter inimigos externos que mobilizem as pessoas, sem se envolver nas grandes (e necessárias) discussões sobre nenhuma das políticas de sustentabilidade, sem nenhuma figura mediática, sem fazer números de circo, ainda assim, tem uma entrada, lenta, é certo, mas constante, de sócios que compensa a inevitável saída de outros.
Estamos ainda muito longe dos 750 sócios que desde o princípio estabelecemos como objectivo que nos permitia pagar um secretariado que assegurasse a independência da Montis, quer dos projectos, quer de patrocinadores, mas os mais de 400 sócios representam uma boa base para o futuro.
Infelizmente deixo em herança ao Pedro uma situação financeira muito frágil.
Ao corrermos o risco que outras associações mais estruturadas e com muito mais recursos recusaram - coordenar um grande projecto LIFE de voluntariado desenhado, em grande medida, por Luis Jordão - acabámos por cair na situação que desde o princípio queríamos evitar: ter uma estrutura que é excessiva face aos recursos que até agora conseguimos mobilizar.
Mas como desde o princípio correr riscos tem sido o que a Montis tem feito sistematicamente, vamos concentrar-nos em ultrapassar as dificuldades financeiras que se prevê que existam a meio de 2020, se nada se alterar até lá, sem perder o Norte e a coerência estratégica, isto é, primeiro os sócios, depois a gestão de terrenos com objectivos de biodiversidade e, só em terceiro, a estabilidade e conforto interno.
Até agora penso que a Montis tem valido a pena, tenho pena de ter feito algumas asneiras mas tenho muito gosto em ter havido tanto apoio de tanta gente.
Boa sorte Pedro, e muito obrigado aos que estiveram nos órgãos sociais, por mais ou menos tempo, aos que se empenharam mas chegaram à conclusão de que já não se reconheciam na Montis - as organizações que dependem essencialmente dos seus sócios evoluem de forma bastante autónoma em relação ao que cada um de nós pensa que seria o melhor caminho, a democracia é assim -, aos técnicos que têm carregado a Montis às costas, em situações mais prazenteiras, mas também quando as coisas correm mal, ou falta o dinheiro, ou a direcção funciona mal.
Vamos lá aos próximos três anos que, no contexto geral do movimento conservacionista em Portugal, a Montis não é nem inútil, nem irrelevante, a coisa vai e com certeza vamos continuar a fazer umas coisas erradas e outras bem catitas.
É por causa destas que vale a pena.
henrique pereira dos santos
Se "preferiria que os estatutos fossem mais longe e impedissem o exercício de qualquer cargo ao fim de dois mandatos em qualquer dos órgãos sociais", porque faz parte do conselho fiscal que irá tomar posse?
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarPorque não é fácil fazer uma lista para os órgãos sociais de uma associação que não tem nada para dar em troca aos seus dirigentes, portanto, pesando tudo, acabei por aceitar exercer este cargo. Uma das razões pelas quais preferia que os estatutos impedissem esta situação é exactamente porque em cada caso concreto é mais difícil dizer que não quando nos pedem colaboração, era preferível que a regra geral evitasse este tipo de situações
EliminarObrigado Henrique
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