Passeio mensal à serra de Montemuro

No dia 24 de fevereiro realizou-se o passeio à serra de Montemuro, onde percorremos o trilho dos Lameiros. 

O passeio iniciou-se na localidade de Moura Morta. Tendo o rio Vidoeiro como pano de fundo, conversámos sobre a importância dos seres vivos que nele habitam, particularmente os invertebrados que dão origem às libélulas, mosquitos, ente outros que contribuem para a pureza da água. 

Nos muros que ladeiam o percurso foi possível verificar a presença de inúmeros líquenes e musgos, que despertaram o interesse dos participantes. Nesta altura foi referenciado o método de reprodução destes organismos, mostrando as estruturas que possibilitam a sua propagação.

Tivemos a oportunidade de distinguir as espécies de carvalho presentes ao longo do percurso, bem como os castanheiros, mesmo que sem folha. Nestas espécies podemos verificar diferentes galhas causadas por diferentes insetos vetores, que, no caso dos castanheiros, reduzem drasticamente a produção de castanha. 

Este percurso incluiu a passagem sobre poldras, atravessando dessa forma o rio Vidoeiro, numa pequena aventura visto que as mesmas estavam quase submersas. 

Junto ao rio foi-nos possível observar uma rã ibérica, bem como reconhecer as espécies associadas à galeria ripícola, destacando-se o amieiro no porte arbóreo, alguns freixos e muito pontualmente salgueiros. Houve ainda oportunidade para elucidar os participantes sobre determinadas características que nos permitem diferenciar as flores e/ou estruturas femininas das masculinas. E ainda vislumbrar as belas paisagens do rio a serpentear pelos lameiros, juntamente com as suas levadas. 

Entrámos também num moinho abandonado, que, pelo testemunho de um pastor local, percebemos que será reparado de forma a ser visitável e ainda voltar a possibilitar a moagem de cereais. 

Atravessámos uma ponte romana (a ponte Velha) e passámos por duas capelas, a capela da Sra. da Boa Morte e a capela de S. Tiago. Junto a esta encontrámos um pastor com quem falámos tendo ficado a saber um pouco mais sobre esta aldeia. Por exemplo é curioso saber que nela habitam 129 pessoas, existem 90 vacas e nove touros da raça Arouquesa e que as vacas além de serem usadas para carne também são usadas para os trabalhos de campo.


Ao longo do percurso tivemos oportunidade de interligar a forma como a paisagem é gerida neste local com o trabalho desenvolvido  pela MONTIS, particularmente no que respeita:
  • À redução da carga de combustível, criando mosaicos. Neste caso, nas áreas de giestal, o mosaico resulta do uso da lenha de giestas, por exemplo para aquecimento das casas ou mesmo para fazer a "cama" dos animais.
  • À utilização do fogo controlado para promover a redução da carga de combustível e até para controlar a presença de espécies infestantes, como as silvas junto aos muros.

Deixamos por fim o nosso agradecimento os participantes. Até breve!

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