“Nos cumpre tê-lo com cuidado” (https://ppl.pt/montis) é a nova campanha de crowdfunding da MONTIS destinada a adquirir terrenos marginais em dois locais onde já estamos: Vouzela e Pampilhosa da Serra.
Na procura de locais para atividades de gestão destinadas à conservação da natureza em terrenos marginais, a associação identificou uma das regiões do país onde os efeitos do abandono rural e a frequência dos incêndios florestais trazem grandes impactos negativos aos ecossistemas: Pampilhosa da Serra, um pequeno concelho no centro de Portugal.
Pampilhosa da Serra situa-se na região de Coimbra, uma zona rural influenciada pelo clima mediterrânico. A área onde a MONTIS adquiriu propriedades, em 2019, é uma região de especial interesse paisagístico, sobretudo pela presença de várias cristas quartzíticas, e onde predominam os matos mediterrânicos caraterizados por espécies como a azinheira (Quercus rotundifolia), o medronheiro (Arbutus unedo) e o sobreiro (Q. suber). Esta área é atravessada pelo rio Unhais que possui uma galeria ripícola relativamente bem conservada, onde podemos encontrar espécies como o amieiro (Alnus glutinosa), bétulas (Betula spp.), salgueiros (Salix spp.), entre outras espécies autóctones, cuja presença contribui positivamente para o equilíbrio do ecossistema florestal e para a riqueza biológica, proporcionando as condições necessárias para a ocorrência de várias espécies com interesse conservacionista. No entanto, e devido ao abandono das zonas rurais portuguesas, nesta região os núcleos de eucalipto já não rentáveis para produção foram também marginalizados.
Ao identificar esta área potencial para a conservação da natureza, a MONTIS avançou em 2019 com a campanha de crowdfunding "Como coisa que nos é cedida", que possibilitou a aquisição de 11 ha de terrenos marginais nas freguesias de Cabril e Janeiro de Baixo. Desde então, o grande objetivo da MONTIS na gestão destas propriedades tem sido aumentar o valor de conservação que esta área merece, devolvendo-lhe o seu valor natural, mas também envolvendo a comunidade.
Como duas das propriedades adquiridas eram povoadas por eucaliptais abandonados, em 2020, a MONTIS lançou outra campanha de crowdfunding "Do Eucaliptal até à Mata" que complementou a acima referida, possibilitando o corte de 1,2 hectares de eucaliptal abandonado. Nestas áreas, a associação tem vindo a reforçar as espécies autóctones, procurando recuperar a mata nativa, tendo sido plantadas até ao momento cerca de 5 mil árvores como a azinheira, o castanheiro (Castanea sativa), o medronheiro e o sobreiro e ainda alguns arbustos de aderno-de-folhas-estreitas (Phillyrea angustifolia) e lentisqueira (Pistacia lentiscus), contando ainda com a regeneração de algumas espécies pré-existentes como o medronheiro. Nestas propriedades temos vindo também a realizar registos de flora, de fauna e de fungos, a aplicação de estruturas de engenharia natural, principalmente para retenção de solos e ainda intervenções nas galerias ripícolas. Como a área é também utilizada para turismo, a MONTIS (em parceria com a E-Redes) criou uma rede percursos que passam pelas propriedades, dotada de painéis informativos para todos os visitantes que procuram explorar a natureza.
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