No dia 27 de abril realizou-se o passeio à Bio-Reserva da Morena, para conhecer esta micro-reserva, que é uma área florestal com 15 ha, gerida pela Milvoz.
O passeio iniciou-se junto ao Parque de Merendas de Casa Telhada, daí seguimos pela berma da estrada onde identificámos uma paisagem dominada por carvalho-cerquinho de porte arbóreo, o qual é utilizado pela vaca-ruiva (Lucanus barbarossa) para se abrigar, alimentar e reproduzir. Ao longo do percurso também nos foi possível identificar várias espécies de aromáticas, particularmente orégãos, cidreira e funcho.
Em seguida entrámos numa paisagem que resultou da regeneração natural de antigos campos agrícolas e onde verificámos a presença de carrascos, medronheiros, sanguinho-das-sebes intercalados com carvalho-cerquinho de porte arbustivo e várias trepadeiras como a salsaparrilha, madressilva e pervinca.
Nas zonas de prado encontrámos algumas espécies medicinais tais como a betónica-da-alemanha, salva-dos-caminhos, malva e borragem, vários bolbos, particularmente o jacinto-das-searas, satirião-menor, gladíolo-das-serras e heleborina-comum, e ainda várias espécies com potencial ornamental, particularmente a escrofulária-da-beira, a pascoinhas e trovisco-macho.
À entrada da Bio-Reserva da Morena fomos recebidos pelo Pedro Gomes, presidente da Milvoz, que nos guiou no passeio.
O Pedro Gomes fez um breve enquadramento acerca da propriedade que foi adquirida no seguimento de um acordo com a central solar fotovoltaica Barcos, como forma de mitigar o impacto ambiental que a construção deste parque solar, com 70 ha, teve na região. Desta forma, a Milvoz tem a possibilidade de promover a preservação dos valores naturais presentes nesta “área em muito bom estado de conservação” que “constitui um reduto de biodiversidade muito relevante, servindo de refúgio a inúmeras espécies da fauna”.
Foi também referido que o nome da Bio-Reserva teve origem no nome da gruta vertical que surge na propriedade, o ‘Algar da Morena’.
Ao chegar à vinha centenária, em recuperação, foi-nos explicado que antigamente as uvas aqui produzidas eram encaminhadas para se produzir vinho da Bairrada. Este habitat de clareira gera prados que propiciam a ocorrência de várias espécies de orquídeas que importa preservar.
Em seguida dirigimo-nos à floresta clímax da micro-reserva onde predominam carvalho-cerquinho, loureiros, sanguinho-das-sebes, sanguinho-legítimo e gilbardeira e onde se observa uma levada. É aqui onde a Universidade de Coimbra tem vindo a instalar diversas caixas ninho e, na área de carrascal que se segue, colmeias de forma a potenciar a biodiversidade.
Tivemos ainda a oportunidade de perceber que era junto aos muros e socalcos de pedra calcária onde se reproduzia um casal de Bufo-real.
Relembramos por isso que a MONTIS tem neste momento uma campanha de crowdfunding a decorrer, "Nos cumpre tê-lo com cuidado", cujo objetivo é criar um fundo para aquisição de novos terrenos. Para nos apoiar vá a https://ppl.pt/montis
Deixamos por fim o nosso agradecimento aos participantes e, em especial, à Milvoz e ao seu Presidente.
Até breve!
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