“Turismo Voluntário” em Vermilhas: a primeira experiência

No passado dia 29 de outubro, realizámos a primeira atividade de Turismo Voluntário da MONTIS (para mais informações sobre este tipo de atividade ver aqui), em Carvalhal de Vermilhas. Com o tema “Regeneração ambiental e recuperação da Biodiversidade”, esta atividade demonstrativa, decorreu em articulação com o Turismo de Portugal.

Começámos por fazer uma breve apresentação da MONTIS e demos início à caminhada desde a aldeia de Vermilhas até à entrada da propriedade de Cabrieira, passando por currais, lameiros, eucaliptais e carvalhais, e também pela parte de baixo da propriedade de Dumação, onde explicámos algum do trabalho desenvolvido pela MONTIS. Antes de entrar na propriedade mostrámos o mapa das duas propriedades e o que temos feito e o que queremos fazer.

E logo de seguida, com a ajuda de todos, transportámos enxadas, picaretas, serrotes e outras ferramentas e as plantas até ao “local de trabalho”.

Chegados à propriedade, começámos por explicar o contexto ecológico da propriedade, com o contributo do Armando Carvalho e explicámos as tarefas previstas para a parte da manhã: plantações e podas.

Tínhamos previsto a divisão em dois grupos, mas o entusiasmo com as explicações sobre como foi feita a seleção das espécies a plantar e a demonstração do método de plantação a adotar para cada espécie (por exemplo as gilbardeiras à sombra de carvalhos e as árvores mais afastadas) foi tão grande que os 16 participantes pegaram todos nas picaretas e enxadas e deitaram mãos à obra. No total, foram plantados nove castanheiros, quatro gilbardeiras, 12 loureiros e nove medronheiros, ou seja, 34 plantas.

Depois de uma breve pausa onde os participantes puderam provar a bola e o folar de Vouzela, as tarefas centraram-se na condução da regeneração natural. Para isso explicámos o porquê de se fazer podas nos carvalhos e o método a adotar, que inclui o corte dos ramos mais baixos, escolha dos troncos mais vigorosos e poda dos mais fracos, e remoção de plantas com que estejam a competir por luz e nutrientes. A área abrangida pelas podas foi bastante mais alargada do que a zona de plantação (afinal é uma tarefa que temos feito em atividades de voluntariado anteriores) e, no total, foram podados 54 carvalhos.

Dois dos participantes, o Armando e o Cedric, estiveram dedicados a tarefas também muito importantes, respetivamente, o controlo de giestas e a abertura de clareiras, e o Miguel da Descobrir.org fez o registo fotográfico.

Seguiu-se o almoço-piquenique na clareira, onde com a ajuda de todos foi preparada a merenda típica da MONTIS que incluiu, como é hábito, produtos locais. Durante essa pausa a Andreia Santos explicou o enquadramento deste “encontro” e as razões que levaram o Turismo de Portugal a querer dinamizar atividades de Turismo Responsável tendo em vista o desenvolvimento sustentável e ético no sector, harmonizando a vitalidade da economia global e a preservação dos destinos turísticos para as próximas gerações. Também durante o almoço houve espaço para convívio e debate entre os participantes que falaram sobre a sua motivação para participar nesta ação e também deram a sua opinião sobre como fazer com que estes tipos de ações tenham o melhor resultado possível no futuro, alcançando vários públicos-alvo e, sobretudo, como podem ser articuladas com empresas e profissionais do setor do turismo.

Depois do almoço, fizemos o balanço da atividade, identificando as espécies plantadas e o número de carvalhos valorizados, para podermos emitir os certificados de participação.

Por fim, e também para mostrar outras atividades que temos vindo a fazer para valorizar estas nossas propriedades, fomos visitar a área junto do “Merugeiro” (a ribeira de Meruje, que limita a propriedade a oeste) onde plantámos loendros (Rhododendron ponticum) e teixos (Taxus bacatta), duas espécies características da serra do Caramulo.

Agradecemos aos voluntários por terem estado presentes. Esperamos que tenham gostado da experiência, e que possamos contar convosco para futuras atividades da MONTIS.

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