Nos últimos passeios tem sido frequente a relembrança do passeio organizado pela Montis há mais ou menos um ano, aos Baldios da Freguesia da Alvadia, que serviu para aprender um pouco sobre a gestão que é feita na Serra do Alvão onde fica a freguesia de Alvadia, Lamas e Favais.
Decidimos repetir este passeio de sucesso, no dia 25 de Abril. Reunimo-nos com o Avelino Rego, o nosso anfitrião deste passeio, e os participantes deste passeio no café Santa Clara, onde esperámos que o nevão que se instalava no dia amansasse, num debate ameno sobre técnicas de gestão e fogos florestais discutindo o pastoreio e o controlo de vegetação (combustíveis finos).
Assim que o tempo começou a melhorar, recolhemos as 25 vacas maronesas do Avelino e depois de nos prepararmos como um pastor o faz todos os dias (afinal não existe mau tempo, existe roupa inadequada para o tempo que está) começámos o nosso percurso de 4 km. Subindo a Serra, o Avelino foi nos explicando os pormenores de pastoreio com vacas, que ainda é algo diferente do pastoreio de cabras.
A manada começa o dia com pastagem nos campos junto ao estábulo e por volta do meio-dia são guiadas e deixadas no cimo da Serra onde se alimentam da vegetação característica da zona, e ao fim do dia, utilizando o sol para se guiarem, regressam à aldeia para junto dos bezerros que deixam para trás. Esta utilização do sol como guia constituí um benefício em relação ao pastoreio de cabras, no qual é necessário geralmente um pastor no rebanho durante todo o dia.
As vacas maronesas (menos corpulentas que outras raças de vacas) estão adaptadas para as adversidades da vida na Serra. Concentram a sua dieta em vegetação diferente da de outros animais como ovelhas e cabras, criando equilíbrios, mantendo a maior parte dos combustíveis finos controlados.
Depois de deixada a manada do Avelino num cercado na Serra, descemos a serra passando pelos lameiros de onde é cortado o feno que serve de complemento à alimentação das vacas feita na Serra. As vacas do Avelino são exclusivamente alimentadas de vegetação colhida na Serra, tal como muitos outros rebanhos e manadas destas aldeias dependem destas plantas, para alimento, revestimento de estábulos/cortes, etc.
Quase no fim do percurso parámos na corte de um dos pastores da aldeia onde ajudámos a aparar o casco do chibo dominante do rebanho, seguindo antes da chuva ameaçar novamente para a casa da dona Cândida que nos esperava com um delicioso caldo-verde quente e bolo de chocolate feito pela Mariana (filha da dona Cândida).
E, ao calor da lareira, com o estômago aconchegado, umas bolachas caseiras da Ana (participante do passeio) e jeropiga caseira, ouvimos as muitas histórias de vida da dona Cândida, que com gosto nos contava as peripécias que acontecem no dia-a-dia na aldeia.
A dona Cândida, conhecida como a veterinária da aldeia (porque e citando "até o veterinário me pede para eu o ajudar"), cuida de uma vasta diversidade de animais desde nova (coelhos, porcos da índia, vacas, cabras, ovelhas, etc) e, apesar de mencionar que o gado é um factor condicionante na vida porque exige trabalho contínuo todos os dias, não trocaria a vida na aldeia pois esta a gratifica com um círculo familiar unido e uma vida plena.
Resta-nos agradecer a todos os que se aventuraram neste dia de nevões e chuva para este passeio, ao Avelino por nos mostrar o trabalho e a importância deste que está a ser feito para valorizar o mundo rural, para combater o abandono de território e os consequentes problemas de gestão, e à dona Cândida por nos receber tão bem.
No fim de contas, é como o Avelino diz, a chuva foi fofinha e o vento alegrou-nos o espírito.
Decidimos repetir este passeio de sucesso, no dia 25 de Abril. Reunimo-nos com o Avelino Rego, o nosso anfitrião deste passeio, e os participantes deste passeio no café Santa Clara, onde esperámos que o nevão que se instalava no dia amansasse, num debate ameno sobre técnicas de gestão e fogos florestais discutindo o pastoreio e o controlo de vegetação (combustíveis finos).
Assim que o tempo começou a melhorar, recolhemos as 25 vacas maronesas do Avelino e depois de nos prepararmos como um pastor o faz todos os dias (afinal não existe mau tempo, existe roupa inadequada para o tempo que está) começámos o nosso percurso de 4 km. Subindo a Serra, o Avelino foi nos explicando os pormenores de pastoreio com vacas, que ainda é algo diferente do pastoreio de cabras.
A manada começa o dia com pastagem nos campos junto ao estábulo e por volta do meio-dia são guiadas e deixadas no cimo da Serra onde se alimentam da vegetação característica da zona, e ao fim do dia, utilizando o sol para se guiarem, regressam à aldeia para junto dos bezerros que deixam para trás. Esta utilização do sol como guia constituí um benefício em relação ao pastoreio de cabras, no qual é necessário geralmente um pastor no rebanho durante todo o dia.
As vacas maronesas (menos corpulentas que outras raças de vacas) estão adaptadas para as adversidades da vida na Serra. Concentram a sua dieta em vegetação diferente da de outros animais como ovelhas e cabras, criando equilíbrios, mantendo a maior parte dos combustíveis finos controlados.
Depois de deixada a manada do Avelino num cercado na Serra, descemos a serra passando pelos lameiros de onde é cortado o feno que serve de complemento à alimentação das vacas feita na Serra. As vacas do Avelino são exclusivamente alimentadas de vegetação colhida na Serra, tal como muitos outros rebanhos e manadas destas aldeias dependem destas plantas, para alimento, revestimento de estábulos/cortes, etc.
Lameiro
E, ao calor da lareira, com o estômago aconchegado, umas bolachas caseiras da Ana (participante do passeio) e jeropiga caseira, ouvimos as muitas histórias de vida da dona Cândida, que com gosto nos contava as peripécias que acontecem no dia-a-dia na aldeia.
A dona Cândida, conhecida como a veterinária da aldeia (porque e citando "até o veterinário me pede para eu o ajudar"), cuida de uma vasta diversidade de animais desde nova (coelhos, porcos da índia, vacas, cabras, ovelhas, etc) e, apesar de mencionar que o gado é um factor condicionante na vida porque exige trabalho contínuo todos os dias, não trocaria a vida na aldeia pois esta a gratifica com um círculo familiar unido e uma vida plena.
Resta-nos agradecer a todos os que se aventuraram neste dia de nevões e chuva para este passeio, ao Avelino por nos mostrar o trabalho e a importância deste que está a ser feito para valorizar o mundo rural, para combater o abandono de território e os consequentes problemas de gestão, e à dona Cândida por nos receber tão bem.
No fim de contas, é como o Avelino diz, a chuva foi fofinha e o vento alegrou-nos o espírito.
Equipa do dia e os Voluntários do projeto LIFE Volunteer Escapes (LIFE17 ESC/PT/003) |
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