As invasoras de Costa Bacelo


Apesar de pontuais, as atividades e visitas a Costa Bacelo, têm permitido gerir e acompanhar a evolução da propriedade e das intervenções feitas.

Esta propriedade, limitada pelo rio Paiva possui uma galeria ripícola e um bosque adjacente com uma estrutura coesa e madura com freixo (Fraxinus angustifolia), amieiro (Alnus glutinosa), pilriteiro (Crataegus monogyna), carvalho alvarinho (Quercus robur) e salgueiro (Salix sp.) enquanto que as encostas são cobertas de regeneração de medronheiro (Arbutus unedo). Entre as espécies autóctones existem núcleos de invasoras, mimosas (Acacia dealbata) na galeria ripícola e haqueas-espinhosa (Hakea sericeae) no topo das encostas.


Deste modo, o foco das intervenções tem sido o controlo de espécies invasoras, as mimosas maioritariamente através do descasque e as haqueas do arranque.

Com o apoio dos voluntários de longa duração ao abrigo do projeto LIFE Volunteer Escapes, principalmente da Sara e do Manuel que estiveram a fazer estágios na Montis, fomos mapeando e começando a controlar os núcleos de invasoras.


Neste momento, conhecem-se sete núcleos de acácias junto à galeria ripícola e dois núcleos de haqueas no topo da encosta, sendo ainda de realçar que acima do limite superior da propriedade existem vários núcleos de haqueas que deveriam ser monitorizados.


Os indivíduos adultos de acácias têm sido descascados, até ao solo desde os 50/100 cm de altura, desde o início do protocolo, já sendo possível identificar indivíduos secos, alguns a secar e outros que lá encontraram uma forma de regenerar, apresentando novos rebentos, por exemplo devido a descasques mal feitos ou a cortes de acácias feitos por pessoas externas à Montis.


Um exemplo de um descasque mal feito numa das visitas em Novembro do ano passado, em que após uma ou duas tentativas falhadas de descascar acácias desistimos, por termos percebido que estava a descascar mal e não valia a pena tentar interromper a circulação da seiva naquela altura. Voltando agora ao local confirmámos as nossas suspeitas e encontrámos um novo rebento a surgir de uma das árvores descascadas.


Em relação às haqueas, insiste-se no arranque desde o início deste ano tendo já sido possível intervir o 1º núcleo, estando neste momento os esforços voltados para o 2º. Nas intervenções feitas têm-se arrancado, com o sistema radicular, as plantas que germinaram da dispersão de sementes como consequência do fogo de Verão de 2016. As novas sementes que temos encontrado têm sido recolhidas para queimar em ambiente controlado.


É certo que o controlo de invasoras requer um esforço considerável de persistência e manutenção das intervenções. No entanto os desafios desta propriedade não ficam por aqui. Há uma panóplia de tarefas úteis de apoio aos processos naturais nesta propriedade, como é exemplo a condução da regeneração natural, às quais temos também dado alguma atenção. 

Rita

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